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Furacão Matthew provoca êxodo de 2 milhões nos EUA

6 out 2016 - 07h47
(atualizado às 08h18)
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A força dos ventos do Matthew poderá chegar à velocidade de 250 quilômetros por hora na costa norte-americana - Imagem do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA)
A força dos ventos do Matthew poderá chegar à velocidade de 250 quilômetros por hora na costa norte-americana - Imagem do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA)
Foto: Agência Brasil

Depois de destruir estradas, pontes, casas e provocar a morte de pelo menos 20 pessoas em países do Caribe, o furacão Matthew deverá atingir hoje (6) à noite a costa dos Estados Unidos. Por causa disso, cerca de 2 milhões de pessoas que moram no litoral dos estados da Flórida, da Carolina do Sul e da Geórgia estão se deslocando para o interior do país. Esse é o maior êxodo provocado por desastres naturais registrado nos Estados Unidos em um período de dez anos. O deslocamento está sendo orientado pelas autoridades norte-americanas como forma de "proteger vidas humanas" e reduzir prejuízos materiais.

Segundo o Centro Nacional de Furacões de Miami, os ventos fortes estavam, nas últimas horas, na categoria 3, que pode levar à velocidade de 210 quilômetros por hora. De acordo com o centro, no entanto, o furacão poderá passar à categoria 4, quando chegar próximo à costa norte-americana. Isso significa que a força dos ventos do Matthew poderá chegar à velocidade de 250 quilômetros por hora.

Aulas suspensas

Antes de ordenar o deslocamento, os estados da Flórida, da Geórgia, da Carolina do Sul e da Carolina do Norte decretaram estado de emergência. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tinha dois compromissos na Flórida nessa quarta-feira (5) e teve de cancelar a viagem por causa do furacão. As aulas também foram suspensas em várias áreas dos Estados Unidos. Os habitantes da Costa Leste norte-americana estão aceitando, sem criar dificuldades, a orientação das autoridades para que se desloquem para outras cidades, estados ou o interior. Algumas famílias alegam motivos para não sair, entre eles a falta de dinheiro. Nesse caso, as autoridades enviam funcionários ou socorristas à casa das pessoas para dizer que o que está em jogo é a sobrevivência delas e que, por causa da ameaça do furacão, precisam sair. A evacuação das pessoas está sendo feita com mais intensidade na Geórgia, na Flórida e na Carolina do Sul,  locais que serão atingidos de maneira mais drástica pelo furacão.

Por causa do deslocamento, o trânsito está bastante engarrafado nas estradas da Geórgia, Flórida e Carolina do Sul. Também faltam produtos nas prateleiras de supermercados de várias cidades a serem atingidas. As pessoas estão comprando alimentos, produtos de limpeza e água para estocar. Alguns postos de gasolina também tiveram que fechar por falta de combustível devido à grande procura.

Numa preparação para a chegada do furacão aos Estados Unidos, o serviço norte-americano de meteorologia alertou a população para a possibilidade de "perdas de vida" e "imenso sofrimento humano" para quem não tomar as medidas de precaução sugeridas pelas autoridades. O serviço de meteorologia também fez um alerta para o risco de danos em residências e em prédios públicos e informou que alguns locais a serem atingidos pelo furacão poderão ficar "inabitáveis por semanas".

Caribe

Com relação às regiões do Caribe onde o furacão deixou destruição, principalmente Cuba, o Haiti, a República Dominicana e Bahamas, as autoridades desses países ainda tentam restaurar serviços públicos interrompidos pela passagem do furacão. Cerca de 3.500 turistas que estavam passando férias nas Bahamas foram impedidos de sair do país por causa dos fortes ventos e tempestades.

No Caribe, também houve deslocamento de pessoas por causa do furacão. Segundo a ONU, foram evacuadas mais de 377 mil pessoas só em Cuba. Não houve deslocamentos no Haiti porque, devido à pobreza do país, as pessoas não têm para onde ir. Por isso, cerca de 350 mil haitianos estão necessitando de assistência imediata. Eles precisam de abrigo, de medicamentos, alimentos e água, conforme informou a Organização das Nações Unidas (ONU). Os hospitais do Haiti estão lotados e não há mais como receber novos pacientes. O Haiti está sofrendo novamente os efeitos de um desastre natural. O último desastre natural sofrido pela população do país foi em janeiro de 2010, quando um terremoto devastador provocou a morte de cerca de 200 mil pessoas.

Agência Brasil Agência Brasil
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