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G20 se divide sobre carvão e limite de 1,5ºC para aquecimento antes de cúpula de Roma

21 out 2021 - 09h24
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Os países do G20 estão divididos a respeito da eliminação gradual do carvão e do comprometimento com um limite de 1,5 grau Celsius ao aquecimento global no momento em que se preparam para uma cúpula crucial em Roma na semana que vem, disseram fontes a par das negociações.

Manifestante segura cartaz durante protesto contra a mudança climática em Milão
01/10/2021 REUTERS/Flavio Lo Scalzo
Manifestante segura cartaz durante protesto contra a mudança climática em Milão 01/10/2021 REUTERS/Flavio Lo Scalzo
Foto: Reuters

A necessidade de conter as emissões estará no topo da pauta da reunião das 20 maiores economias do mundo na capital italiana entre 30 e 31 de outubro, vista como um marco essencial que antecede imediatamente as conversas climáticas mais abrangentes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (COP26) em Glasgow, na Escócia.

Até agora, grandes poluidores como China e Índia não arredaram pé de suas posições e se avançou pouco desde que ministros da Energia e do Meio Ambiente do G20 se encontraram em Nápoles em julho, disseram três fontes, pedindo para não serem identificadas devido à sensibilidade das conversas.

"Os países não estão se mexendo, no momento só estão fazendo com que suas posições sejam ouvidas alto e bom som", disse uma das fontes.

Mas a fonte acrescentou que tal intransigência é normal nesta fase e que quaisquer concessões são improváveis antes de as autoridades climáticas do G20 se encontrarem face a face nas próximas quinta e sexta-feiras, imediatamente antes do encontro de seus líderes no final de semana.

"Onde vejo problema é no comprometimento com 1,5ºC e na eliminação gradual do carvão e dos combustíveis fósseis da parte de China, Índia e Rússia", disse outra fonte, um ministro do G20.

Cientistas do clima dizem que limitar o aquecimento global a 1,5ºC na comparação com níveis pré-industriais é vital para conter os desastres ambientais, mas um comprometimento amplo e claro para se atingir a meta se mostra difícil de alcançar.

O histórico Acordo de Paris da Organização das Nações Unidas (ONU) assinado em 2015 visava limitar o aquecimento global a "bem menos de dois graus" e "preferencialmente" a 1,5ºC, e desde então reuniões internacionais tentam com dificuldade endurecer a linguagem.

Em Nápoles, ministros da Energia e do Meio Ambiente reconheceram que os riscos ambientais são menores com 1,5ºC do que com 2ºC, mas novamente não chegaram a afirmar claramente que a primeira destas metas não deve ser violada.

Eles também foram incapazes de chegar a um acordo unânime sobre datas para acabar com os subsídios aos combustíveis fósseis, deter o financiamento internacional de projetos de carvão e eliminar gradual e definitivamente a energia gerada a carvão, pedindo aos líderes que aparem as arestas na cúpula de Roma que se aproxima.

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