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Gabinete de segurança israelense aprova acordo de cessar-fogo

17 jan 2025 - 13h49
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O gabinete de segurança israelense aprovou acordo de cessar-fogo nesta sexta-feira, abrindo caminho para o retorno dos primeiros reféns de Gaza já no domingo e pondo fim a 15 meses de conflitos que devastaram a faixa costeira.

O acordo ainda depende da aprovação de todo o gabinete, que estava reunido na tarde de sexta-feira.

A guerra entre as forças israelenses e o Hamas arrasou grande parte de Gaza, matou mais de 46.000 pessoas e deslocou várias vezes a maior parte da população de 2,3 milhões de habitantes do enclave antes da guerra, de acordo com as autoridades locais.

Se for bem-sucedido, um cessar-fogo também poderá aliviar as hostilidades no Oriente Médio, onde a guerra de Gaza se espalhou para incluir o Irã e seus representantes -- o Hezbollah no Líbano, os Houthis no Iêmen e grupos armados no Iraque -- além da Cisjordânia ocupada.

Na Faixa de Gaza, aviões de guerra israelenses mantiveram nesta sexta-feira ataques pesados, e os médicos e as autoridades de resgate disseram que pelo menos 104 palestinos, incluindo 58 mulheres e crianças, foram mortos desde que o acordo foi anunciado na quarta-feira.

Na primeira fase de seis semanas do acordo de três etapas, o Hamas libertará 33 reféns israelenses, incluindo todas as mulheres (soldados e civis), crianças e homens com mais de 50 anos.

Israel libertará todas as mulheres e jovens palestinos com menos de 19 anos detidos em prisões israelenses até o final da primeira fase. O número total de palestinos libertados dependerá dos reféns libertados e poderá ficar entre 990 e 1.650 palestinos, incluindo homens, mulheres e crianças.

O Ministério da Justiça de Israel divulgou na sexta-feira uma lista de 95 prisioneiros palestinos que serão libertados na primeira troca, no domingo.

O Hamas disse em um comunicado que os obstáculos que surgiram nos termos do acordo de cessar-fogo em Gaza foram resolvidos.

Após um adiamento de última hora na quinta-feira, que Israel atribuiu ao Hamas, o gabinete de Netanyahu disse na madrugada de sexta-feira que o gabinete de segurança de Israel se reuniria para aprovar o acordo de cessar-fogo. Na quinta-feira, o Hamas afirmou que estava comprometido com o acordo, que entrará em vigor no domingo.

Palestinos que aguardam por comida no sul da Faixa de Gaza disseram esperar que uma trégua signifique o fim das horas de fila para encher um prato.

"Espero que isso aconteça para que possamos cozinhar em nossas casas e fazer a comida que quisermos, sem ter que ir a refeitórios populares e ficar exaustos por três ou quatro horas tentando conseguir (comida) - às vezes nem conseguindo voltar para casa", declarou o palestino deslocado Reeham Sheikh al-Eid.

O acordo enfrentou forte oposição da linha dura da coalizão de Netanyahu, que disse que se tratava de uma rendição ao Hamas, que controlava Gaza. O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, ameaçou renunciar se o acordo fosse aprovado. Entretanto, ele afirmou que não derrubaria o governo.

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