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Gato com um cérebro e dois rostos consegue viver por mais de 15 anos

Condição conhecida como gato janus não impediu Frank e Louie de viver uma longa e saudável vida

19 mai 2023 - 18h44
(atualizado às 19h24)
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Frank e Louie viveram uma longa vida de 15 anos apesar da rara mutação conhecida como gato Janus
Frank e Louie viveram uma longa vida de 15 anos apesar da rara mutação conhecida como gato Janus
Foto: Reprodução

Um gato com duas cabeças, dois rostos quase separados, cada um com seu próprio nariz e boca, mas um único cérebro. A condição é rara, e animais com essa mutação raramente sobrevivem mais de um dia. Frank e Louie, no entanto, viveram uma longa vida nos Estados Unidos.  

A condição é chmada de gato Janus. O animal nasceu em 8 de setembro de 1999 e morreu em 4 de dezembro de 2014, aos 15 anos e 87 dias. A longevidade lhe rendeu o título de gato Janus que sobreviveu por mais tempo.

O termo gato Janus foi concebido pelo Dr. Karl Shuker, um zoólogo britânico que trabalha como consultor de ciências da vida para o Guinness World Records. "Gatos como Frank e Louie, nascidos com duas faces, sofrem de uma anormalidade de desenvolvimento conhecida como diprosopia, na qual a face se alarga e se duplica parcialmente durante a embriogênese devido à produção excessiva de uma proteína específica chamada SHH", explicou Shuker.

"O termo técnico para tal gato é diprosopus, mas como este não é o termo mais facil de pronunciar quando escrevi pela primeira vez sobre esses gatos, há mais de uma década, cunhei para eles o termo 'gato Janus', em homenagem a o deus romano das portas, Janus, que tinha um corpo e uma cabeça, mas duas faces, assim como esses gatos."

Frank e Louie foram cuidados por Martha Stevens, uma enfermeira veterinária norte-americana. Ela estava trabalhava num hospital veterinário quando o criador do gato de duas cabeças o trouxe para ser sacrificado. Ela teve pena do gatinho de um dia e decidiu resgatá-lo, embora os especialistas a advertissem de que era improvável que ele sobrevivesse por muito tempo.

No começo, ele não conseguia se alimentar. Martha usou um tubo e fórmula especial para alimentá-lo. Após três meses, ele aprendeu a comer sozinho. Um grande passo já que a fome é uma das principais causas de morte dos gatos Janus, que podem achar difícil comer devido aos defeitos congênitos de que sofrem.

Nos primeiros três meses, Martha também trouxe Frank e Louie para trabalhar com ela, pois o gatinho exigia cuidados e atenção constantes. Com o passar do tempo, ele se tornou forte e passou a interagir, brincar com outros gatos. Ele também formou um vínculo especial com o cachorro da família.

Em 2012, o gato entrou para o Guinnes World Records. Na ocasião, Martha falou sobre a personalidade do felino. Ele é "muito descontraído, não tem medo das pessoas, é muito amigável e, na verdade, ele é mais um cachorro do que um gato. Ele anda na coleira; ele vai direto para o carro - ele adora passeios de carro", contou. Depois de aparecer no Guinness, Frank e Louie se tornaram uma celebridade na internet, aparecendo em inúmeros artigos de notícias e vídeos.

Dois anos depois uma forma agressiva de câncer levou Martha a tomar uma decisão importante, sacrificando o gato. “Ele tinha 15 anos; uma idade incrível para um gato Janus, superando em muito todos os exemplares anteriores e provavelmente nunca será superado por nenhum no futuro”, disse Shuker na época. “Um testemunho maravilhoso do amor e devoção que Marty sempre deu a ele ao longo de sua longa e feliz vida com ela. Descanse em paz, Frank e Louie", finalizou o especialista. 

* Com informações do Guinnes World of Records

Fonte: Redação Terra
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