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Generais em conflito no Sudão concordam com cessar-fogo de 24 horas após pressão dos EUA

18 abr 2023 - 09h51
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Os comandantes das forças rivais do Sudão concordaram com um cessar-fogo de 24 horas a partir da noite de terça-feira, disse o Exército, após ligações do secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, para cada lado devido a combates violentos em Cartum, que resultaram em tiros disparados contra um comboio diplomático dos EUA.

O cessar-fogo terá início às 18h (13h em Brasília) e não se estenderá além das 24 horas acordadas, disse o general do Exército Shams El Din Kabbashi, membro do conselho militar governante do Sudão, à TV Al Arabiya.

O secretário de Estado dos EUA manteve conversas separadas com o chefe do Exército e o chefe das paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), cuja luta pelo poder matou pelo menos 185 pessoas em todo o país e abalou um plano apoiado internacionalmente para instalar um governo civil depois de décadas de autocracia e controle militar.

O líder da RSF, general Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, cujo paradeiro não foi divulgado desde o início dos combates, disse que a RSF aprovou o cessar-fogo de 24 horas para garantir a passagem segura de civis e a retirada dos feridos.

Em um post no Twitter, Hemedti disse que havia "discutido questões urgentes" com Blinken durante a ligação e que mais conversas estavam planejadas. A RSF também emitiu um comunicado dizendo que estava travando uma batalha contínua para restaurar "os direitos do nosso povo" no que chamou de uma nova revolução.

Blinken disse que os relatos iniciais sugeriram que o ataque ao enviado dos EUA foi realizado por forças associadas à RSF, chamando a ação de "imprudente". Ele afirmou que toda equipe dos EUA estava segura após o incidente.

Ressaltando o risco que um conflito prolongado representa para a estabilidade regional, Kabbashi disse que dois países vizinhos estão tentando fornecer ajuda à RSF. Ele não identificou os países.

No início desta terça-feira, tiros ecoaram pela capital do Sudão acompanhados pelo som de aviões de guerra e explosões, disse um repórter da Reuters. Moradores das cidades vizinhas de Cartum, Omdurman e Bahri, também relataram ataques aéreos que abalaram edifícios e disparos antiaéreos.

Os combates têm se intensificado em várias regiões do país desde sábado. A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho disse que é quase impossível fornecer serviços humanitários na capital e alertou que o sistema de saúde do país está em risco de colapso.

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