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Ghosn viajou de trem-bala em fuga para o Líbano, diz agência

Autoridades japonesas ameaçaram pressionar em busca da extradição de Ghosn do Líbano

6 jan 2020 - 10h20
(atualizado às 10h57)
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O ex-presidente da Nissan e da Renault Carlos Ghosn iniciou a fuga do Japão para o Líbano em uma viagem de trem-bala de Tóquio para Osaka, possivelmente acompanhado por diversas pessoas, informou a agência de notícias Kyodo nesta segunda-feira (6).

Ex-presidente da Nissan, Carlos Ghosn, em Tóquio
25/04/2019
REUTERS/Issei Kato
Ex-presidente da Nissan, Carlos Ghosn, em Tóquio 25/04/2019 REUTERS/Issei Kato
Foto: Reuters

Autoridades japonesas também ameaçaram pressionar em busca da extradição de Ghosn do Líbano para obrigá-lo a enfrentar as acusações de irregularidades financeiras, mesmo ciente de que o país árabe normalmente não extradita seus cidadãos.

Câmeras de segurança registraram a saída de Ghosn de sua casa em Tóquio em 29 de dezembro por volta das 14h30 (horário local), com chegada algumas horas depois à estação Shinagawa, onde pegou o trem para Osaka. A Kyodo deu a informação citando uma pessoa familiarizada com o assunto.

Ghosn se deslocou de carro até um hotel perto do Aeroporto Internacional de Osaka, onde embarcou em um jato particular às 23h10, segundo a imprensa.

O executivo estava proibido de deixar o Japão enquanto aguardava julgamento por quatro acusações, incluindo ocultação de renda e enriquecimento pessoal por meio de pagamentos a concessionárias de veículos no Oriente Médio, as quais ele nega. Mas fugiu no final de 2019 para escapar do que chamou de sistema judicial "fraudulento".

Promotores agora estão trabalhando com a polícia para traçar a rota de Ghosn e descobrir quem o ajudou, informou a agência Kyodo.

Nesta segunda-feira, na primeira entrevista coletiva do governo japonês desde que Ghosn escapou, a ministro da Justiça, Masako Mori, disse que, como princípio geral, o Japão poderia solicitar a extradição de um suspeito de um país com o qual não tem acordo formal de extradição.

O pedido precisaria ser cuidadosamente examinado com base na possibilidade de "garantir a reciprocidade e a lei nacional do país parceiro", explicou Mori a repórteres em Tóquio.

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