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Gorbachev diz que campanha dos EUA no Afeganistão estava condenada desde o início

17 ago 2021 - 12h41
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Mikhail Gorbachev, o líder que supervisionou a retirada das forças soviéticas do Afeganistão em 1989 depois da campanha fracassada de uma década de Moscou, disse nesta terça-feira que a mobilização da própria Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) naquele país estava condenada desde o início.

08/11/20218
REUTERS/Tatyana Makeyeva
08/11/20218 REUTERS/Tatyana Makeyeva
Foto: Reuters

Gorbachev, de 90 anos, via a presença soviética no Afeganistão como um erro político que estava drenando recursos preciosos em um momento no qual a União Soviética vivia o que acabou sendo o crepúsculo de sua própria existência.

As autoridades afegãs apoiadas pelos soviéticos sobreviveram durante três anos depois que Moscou retirou suas forças principais, mas nunca se recuperaram da decisão russa de suspender a ajuda na esteira do colapso soviético em janeiro de 1992, e caíram naquele ano.

Segundo citações da agência de notícias russa RIA, Gorbachev disse que a Otan e os norte-americanos não tinham nenhuma chance de sucesso e administraram mal sua própria campanha afegã.

"Eles (Otan e Estados Unidos) deveriam ter admitido o fracasso antes. O importante agora é aprender as lições do que aconteceu e fazer com que erros semelhantes não se repitam", disse Gorbachev à RIA.

"Ela (campanha dos EUA) foi uma empreitada fracassada desde o início, embora a Rússia a tenha apoiado durante os primeiros estágios", acrescentou.

"Como muitos outros projetos semelhantes, em seu coração havia o exagero de uma ameaça e ideias geopolíticas mal definidas. A isto se acrescentaram tentativas ilusórias de democratizar uma sociedade feita de muitas tribos."

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