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Mundo

Governo britânico estuda distribuir remédio contra obesidade para estimular volta ao trabalho

O secretário de Saúde anuncia testes para entender o impacto de medicamentos para perda de peso na redução do desemprego.

15 out 2024 - 11h06
(atualizado às 11h11)
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Doenças relacionadas à obesidade custam ao sistema de saúde britânico 11 bilhões de libras (mais de R$ 80 bilhões) por ano
Doenças relacionadas à obesidade custam ao sistema de saúde britânico 11 bilhões de libras (mais de R$ 80 bilhões) por ano
Foto: BBC News Brasil

Propostas para oferecer remédios injetáveis para perda de peso a pessoas desempregadas que vivem com obesidade podem ser "muito importantes" para a economia e a saúde, afirmou o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, à BBC.

Starmer, que se tornou primeiro-ministro do Reino Unido em julho de 2024, reconheceu que o NHS precisa de mais recursos financeiros e que o governo também precisa "pensar de forma diferente" para aliviar a pressão sobre o sistema de saúde.

As declarações foram feitas após o secretário de Saúde britânico, Wes Streeting, sugerir que as injeções poderiam ser usadas para ajudar as pessoas a voltarem ao mercado de trabalho.

Algumas dessas injeções já são prescritas pelo NHS para o tratamento de obesidade e também para pessoas com diabetes.

O primeiro-ministro disse à BBC que as injeções seriam "muito úteis" para pessoas que querem e precisam perder peso.

"O medicamento é muito importante para o nosso NHS porque, sim, precisamos de mais dinheiro para o NHS, mas também precisamos pensar de forma diferente."

Streeting sugeriu que esses medicamentos poderiam ser "transformadores" para os indivíduos. Em um artigo para o Telegraph, o secretário de Saúde escreveu: "aumento da circunferência abdominal também está colocando uma carga significativa em nosso sistema de saúde."

"Os benefícios a longo prazo desses medicamentos podem ser monumentais em nossa abordagem para combater a obesidade."

Segundo Streeting, doenças relacionadas à obesidade custam ao NHS 11 bilhões de libras (mais de R$ 80 bilhões) por ano.

As declarações foram feitas após o governo anunciar um investimento de £279 milhões (R$ 2 bi) pela Lilly, a maior empresa farmacêutica do mundo, durante um encontro internacional de investimentos promovido por Keir Stamer.

Os planos anunciados no evento incluem testes reais sobre o impacto das injeções para perda de peso na redução do desemprego, conforme relatou a publicação britânica Telegraph.

Um estudo de cinco anos realizado pela Health Innovation Manchester e pela Lilly examinará se o uso do medicamento Mounjaro reduzirá o desemprego e o impacto no uso dos serviços do NHS, e será realizado na Grande Manchester.

Autoridades do NHS sugeriram que a distribuição do medicamento em toda a Inglaterra precisará ser feita de forma escalonada devido à alta demanda prevista.

Quase 250 mil pessoas deverão receber a injeção de Mounjaro nos próximos três anos, disseram os oficiais.

O secretário de Saúde acrescentou que as injeções para perda de peso também poderiam beneficiar a economia, reduzindo o número de dias de licença médica causados pela obesidade.

"As doenças relacionadas à obesidade fazem com que as pessoas tirem, em média, quatro dias a mais de licença médica por ano, enquanto muitos são forçados a abandonar o trabalho completamente", afirmou.

No entanto, as pessoas ainda precisarão assumir a responsabilidade de "levar a vida saudável mais a sério", já que "não se pode esperar que o NHS sempre cubra os custos de estilos de vida pouco saudáveis".

"Como país, estamos comendo mais, comendo de forma menos saudável e nos exercitando menos. Os custos para o indivíduo são claros - uma vida menos saudável e mais curta."

Alguns medicamentos para perda de peso já são prescritos pelo NHS.

O medicamento que suprime o apetite é vendido sob os nomes Wegovy - usado para tratar a obesidade - e Ozempic, para diabetes.

Ele vem em forma de injeção e imita o hormônio GLP-1, fazendo com que as pessoas se sintam mais saciadas e menos famintas.

Especialistas já alertaram no passado que o medicamento não é uma solução rápida ou um substituto para uma alimentação saudável e exercícios, e deve ser oferecido apenas sob supervisão médica.

Amanda Pritchard, CEO do NHS, afirmou que esses medicamentos serão uma "revolução" para a saúde pública e poderão reduzir o risco de diabetes, ataques cardíacos e derrames.

David A. Ricks, presidente e CEO da Lilly, disse: "Agradecemos a oportunidade de fazer parceria com o governo do Reino Unido para combater e prevenir doenças, além de acelerar a inovação para aprimorar os modelos de prestação de cuidados."

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