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Governo da Venezuela liberta grupo de opositores presos

Ministro de Comunicação não detalhou os nomes das pessoas libertadas, mas ressaltou que o processo ocorreu por meio da Comissão da Verdade da Assembleia Nacional Constituinte

1 jun 2018 - 15h23
(atualizado às 15h47)
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Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Caracas, Venezuela
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Caracas, Venezuela
Foto: Reuters

O governo da Venezuela anunciou nesta sexta-feira (1º) a libertação imediata de um grupo de opositores presos, liderado pelo ex-prefeito Daniel Ceballos, disse a presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Delcy Rodríguez.

"Vocês estão sendo beneficiários dessas medidas, um primeiro grupo. Nas próximas horas, o país conhecerá os grupos seguintes que estão sujeitos a esta medida", afirmou ela, diante do grupo, durante um ato na chancelaria.

A informação foi confirmada na véspera por Caracas e quatro governadores de oposição que aceitaram se reunir com o presidente Nicolás Maduro. Após um encontro de duas horas, o governo se comprometeu com a libertação, disse a líder do Estado de Táchira, a opositora Laidy Gómez, ao sair da reunião.

Por sua parte, o ministro de Comunicação da Venezuela, Jorge Rodríguez, confirmou que ao meio-dia seriam libertadas algumas das pessoas que a oposição considera serem "presos políticos", segundo a promessa de Maduro.

"A partir de amanhã (sexta-feira) ao meio-dia se iniciará o processo de benefícios para estes venezuelanos que estão sujeitos à ação da Justiça", declarou Rodríguez no palácio presidencial de Miraflores após a reunião de Maduro com os governadores de oposição.

O ministro não especificou quais presos serão libertados, mas ressaltou que o processo ocorreu por meio da Comissão da Verdade da chavista Assembleia Nacional.

Os principais rivais Nicolás Maduro nas eleições da Venezuela, Henri Falcon e Javier Bertucci, rejeitaram a reeleição do presidente venezuelano e pediram por um novo pleito

Neste sentido, a porta-voz do grupo de governadores indicou que os libertados não constam em uma lista específica, mas sairão de uma revisão integral de todos os casos. "Todos os presos políticos têm a mesma condição e a mesma necessidade", declarou Laidy, sem nomear nenhum caso em particular. Os governadores também concordaram em permanecer em Caracas até que estas libertações sejam concretizadas, acrescentou ela.

A porta-voz do partido social-democrata opositor Ação Democrática (AD), destacou que, se as libertações acontecessem no prazo oferecido pelo governo, os governadores de oposição aceitariam conversar com o Executivo de outros assuntos de caráter social, econômico e político.

"Apresentamos a necessidade de oferecer confiança ao país para que todos os setores da sociedade venezuelana comecem a ver esperanças na política que se assume sem violência, na política que se assume com responsabilidade, sem complexos, para dar resposta a um povo", argumentou.

A participação dos opositores neste encontro, convocado pelo próprio Maduro, transgride a posição da aliança de partidos Mesa da Unidade Democrática (MUD), que se recusou a participar de um diálogo com o governo.

Os "pontos vermelhos" foram o centro de uma polêmica neste domingo durante as eleições presidenciais na Venezuela. O governo de Nicolás Maduro pediu a quem tivesse o 'Carnê da pátria' - documento necessário para ter acesso a programas sociais - que passasse nestas tendas para registrar o comparecimento às urnas

A MUD reiterou que não reconhece a reeleição de Maduro, assim como parte da comunidade internacional, e que um ato "mínimo" para retomar as negociações seria "deixar sem efeito o processo eleitoral de 20 de maio".

A maioria da oposição venezuelana, agrupada na MUD, decidiu não participar dos pleitos presidenciais do dia 20 de maio porque assegurava que o governo cometeria "fraude", o que deixou o caminho de Maduro quase livre para a vitória. 

Estadão
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