Governos da Rússia e dos EUA confirmam trégua na Síria
Putin e Trump discutiram também ataques hackers dos russos
Após a reunião de mais de duas horas entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos Estados Unidos, Donald Trump, Moscou e Washington confirmaram o cessar-fogo entre as cidades de Daraa e Quneitra, no sudoeste da Síria, a partir do meio-dia (horário de Damasco) do próximo domingo (9).
"EUA e Rússia assumirão a responsabilidade de fazer com que a trégua seja respeitada em uma área no sudoeste da Síria e garantirão a chegada de ajuda humanitária", disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serghei Lavrov. O representante ainda ressaltou que os EUA "garantiram que todos os grupos locais" vão respeitar o cessar-fogo.
Por sua vez, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, elogiou a "química positiva" entre Trump e Putin e informou que os dois líderes "esperam poder ampliar" o cessar-fogo por todo o país. Tillerson ressaltou que eles conversaram sobre uma diminuição nos conflitos locais em outras áreas e que esperam "replicar o acordo por todo o país".
Lavrov ainda falou aos jornalistas que os dois líderes conversaram em uma "atmosfera construtiva" em que "mostraram querer encontrar as soluções para problemas entre os dois países e também em todo o mundo. Foi um encontro puramente político".
Interferência russa
O ministro russo falou sobre a polêmica questão da suposta interferência do governo russo nas eleições dos Estados Unidos.
"O presidente Trump disse ter ouvido as declarações de Putin sobre o fato de que o Kremlin não interferiu nas eleições nos Estados Unidos e aceitou sua posição. O presidente norte-americano ainda destacou como essa campanha teve um caráter estranho porque em todos esses meses não foram fornecidas as provas de intromissão por parte da Rússia", informou Lavrov.
Mas, mesmo aceitando a versão de Putin, os dois países criarão um grupo de trabalho para chegar a um acordo sobre cibersegurança.
Sem citar resultados, Tillerson afirmou que a conversa entre Trump e Putin sobre o tema foi "muito vigorosa".