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Greta Thunberg chama atenção para sofrimento de indígenas em cúpula climática

9 dez 2019 - 13h33
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A ativista adolescente Greta Thunberg chamou atenção para as lutas dos povos indígenas do mundo contra a mudança climática nesta segunda-feira ao comparecer a uma cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) ao lado de outros ativistas jovens furiosos com a incapacidade do Ocidente para lidar com a crise.

Ativista climática Greta Thunberg em entrevista coletiva durante a COP25, em Madri
09/12/2019 REUTERS/Juan Medina
Ativista climática Greta Thunberg em entrevista coletiva durante a COP25, em Madri 09/12/2019 REUTERS/Juan Medina
Foto: Reuters

Comunidades indígenas que vão dos Estados Unidos à América do Sul e à Austrália vêm realizando campanhas cada vez mais enfáticas contra novos projetos de combustíveis fósseis nos últimos anos, encontrando uma causa em comum com os jovens ativistas europeus inspirados em Thunberg.

Alvo de um frenesi midiático desde que chegou para a conferência na semana passada depois de cruzar o Atlântico de barco, Thunberg ficou a maior parte do tempo de sua primeira aparição oficial na cúpula em silêncio para permitir que um indígena norte-americano, um ugandense, um filipino e um ilhéu do Pacífico falassem.

"Os direitos deles estão sendo violados em todo o mundo, e eles também estão entre os mais atingidos, e mais rapidamente, pela emergência climática e ambiental", disse Thunberg a respeito das comunidades indígenas.

Ativistas indígenas argumentam que suas comunidades quase não contribuem com as emissões de combustíveis fósseis que fomentam a mudança climática, mas que sofrem a maior parte dos eventos climáticos extremos e da perda de vida selvagem.

Rose Whipple, do grupo santee de Dakota, nativo do Estado norte-americano de Minnesota, pediu uma abordagem baseada na tradição e na tecnologia.

"A crise climática é uma crise espiritual para todo o nosso mundo. Nossas soluções precisam costurar ciência e espiritualidade e conhecimento ecológico tradicional com tecnologia", disse ela.

A reunião marcada para tratar da implantação do pacto firmado em Paris em 2015 para limitar a elevação das temperaturas a bem menos de 2 graus Celsius foi transferida para Madri por causa de protestos contra a desigualdade no Chile, que deveria ter sido seu anfitrião.

"Enquanto países se congratulam por seus compromissos fracos, o mundo está literalmente se consumindo em chamas", disse a ativista chilena Angela Valenzuela.

Situadas em terras baixas, as Ilhas Marshall se tornaram a primeira nação a obedecer um requisito do Acordo de Paris aumentando suas reduções de emissões planejadas em 2018, uma ação que grandes poluidores estão sendo pressionados a seguir até 2020.

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