Groenlândia saúda interesse de Trump com bonés MAGA, mas sentimentos mistos
O interesse renovado do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, pela Groenlândia foi recebido com entusiasmo por alguns groenlandeses, enquanto outros disseram que o território semiautônomo da Dinamarca não está à venda.
Trump, que assumirá a Presidência em 20 de janeiro, disse na segunda-feira que o controle dos EUA sobre a ilha ártica estrategicamente importante é uma "necessidade absoluta" e, em uma entrevista coletiva na terça-feira, não descartou o uso de ações militares ou econômicas para que isso acontecesse.
No mesmo dia, o filho mais velho de Trump, Donald Trump Jr., fez uma visita privada ao país.
Mikael Ludvidsen, morador da capital Nuuk, mostrou-se cético quanto às intenções do presidente eleito, dizendo à Reuters: "Acho que ele está fazendo muito barulho. Não acho que se possa levá-lo a sério quando ele diz que vai nos tomar pela força".
"Acho que é demais", disse o morador Niels Nielsen. A Groenlândia "não pode ser comprada", acrescentou.
Mas outros disseram que o alinhamento com uma superpotência pode ser útil para a Groenlândia, que tem uma população de apenas 57.000 pessoas.
O morador Jens Ostermann, carregando uma criança pequena agasalhada contra o frio do inverno, disse: "Devemos fazer parceria com uma grande potência porque a Groenlândia é um país rico, temos tudo aqui".
O primeiro-ministro da Groenlândia, Múte Egede, pediu aos moradores que permaneçam calmos e unidos. Mas ele também enfatizou seu desejo de que a Groenlândia se torne totalmente independente da Dinamarca, seu antigo governante colonial.
Alguns moradores locais usaram bonés "Make America Great Again" (fazer os EUA grandes novamente) para cumprimentar Trump Jr., e o jornal Sermitsiaq, da Groenlândia, deu a manchete "Boas-vindas calorosas, mas reservadas, para Donald Trump Jr.".
As opiniões entre os groenlandeses sobre o futuro de seu país estão divididas, de acordo com Aki-Matilda Hoegh-Dam, membro do partido social-democrata Siumut da Groenlândia no Parlamento dinamarquês.
"A reação de Trump é uma declaração de como a Groenlândia é importante na área geopolítica neste momento", disse ela.