Grupo negacionista faz protesto e queima imagem do Papa
Ato contra medidas sanitárias em Roma foi convocado por neofascistas
Dezenas de pessoas participaram de um ato negacionista convocado pelo movimento neofascista Força Nova em Roma neste sábado (05). Os manifestantes, todos sem máscaras, criticam o governo italiano pelas medidas sanitárias contra a disseminação do novo coronavírus (Sars-CoV-2) e o que chamam de "ditadura sanitária".
Realizado na praça Bocca della Verità (Boca da Verdade), um monumento romano que entrou para o folclore popular como um detector de mentiras, o movimento queimou imagens do papa Francisco e do fundador do partido Movimento 5 Estrelas (M5S), Beppe Grillo.
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, que pertence ao M5S, criticou a manifestação e pediu que os representantes da extrema-direita "tenham, ao menos, respeito pelos familiares que ainda estão chorando pelos mortos" pela Covid-19.
"Os negacionistas falam de guerra, de guerra que tem que fazer ao Estado contra as medidas, contra as máscaras. Eu, ao invés disso, respondo que nós combatemos a guerra no inverno e perdemos no campo dezenas de milhares de italianos", disse Di Maio.
Já o ministro da Saúde, Roberto Speranza, disse que ver a manifestação lhe causou muita preocupação. "As regras fundamentais, as máscaras e o distanciamento devem ser verdadeiramente respeitados por todos. Que o país esteja unido nesse desafio", afirmou.
Questionado sobre o ato, o premier italiano, Giuseppe Conte, afirmou que contra essas pessoas "que pensam que a pandemia não existe", nós "respondemos com os números".
De acordo com o boletim divulgado neste sábado pelo Ministério da Saúde, a Itália contabiliza 276.338 pessoas infectadas pela doença desde fevereiro e 35.534 vítimas. Já os curados somam 209.610.