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Grupos armados da Colômbia usaram negociações de paz para se fortalecer, diz comandante militar

2 dez 2024 - 16h07
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Grupos armados ilegais da Colômbia aproveitaram a busca do governo pela paz para se fortalecerem militar e economicamente, disse o comandante das forças armadas do país nesta segunda-feira.

Desde 2022, o governo do presidente Gustavo Petro tem buscado negociações de paz com guerrilheiros de esquerda e gangues criminosas fundadas por ex-paramilitares de direita, em uma tentativa de acabar com o conflito interno da Colômbia.

Seis décadas de combates no país andino já mataram pelo menos 450.000 pessoas.

"Eles não demonstram genuinamente uma vontade de paz, estão sempre visando a população enquanto exercem mais controle sobre atividades como o tráfico de drogas e a mineração ilícita, por isso temos que ir atrás deles", disse o almirante Francisco Cubides em uma entrevista à Reuters.

"O governo sempre esteve aberto a conversas, mas esses grupos se aproveitaram dessa generosidade", acrescentou.

O governo, que promoveu esforços de paz como cessar-fogos bilaterais com os rebeldes esquerdistas do Exército de Libertação Nacional (ELN), duas facções dissidentes das agora desmobilizadas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e a gangue criminosa Clan del Golfo, continua trabalhando para consolidar acordos, mesmo com o recomeço dos combates e com a fragmentação de alguns grupos, o que dificulta as negociações.

Até agora neste ano, o Exército colombiano confiscou 560 toneladas de cocaína, uma importante fonte de renda para os grupos armados, disse Cubides.

Os grupos e suas redes de apoio somam mais de 20.000 pessoas, disse, acrescentando que em algumas partes da Colômbia eles lutam entre si, mas em outras regiões formam alianças para produzir cocaína e extrair ouro.

"É uma rede complexa de crime que os militares e a polícia estão atacando com o objetivo de impor maior controle", disse Cubides.

Alguns dos grupos, especialmente as FARC dissidentes, insistem que lutam pela justiça social e pelas comunidades abandonadas pelo Estado, o que Cubides rejeita.

"Hoje, esses grupos perderam sua ideologia e estão totalmente dedicados à sua subsistência e ao apoio às economias ilegais", disse Cubides.

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