Guaidó anuncia ter apoio de militares para derrubar Maduro
Líder opositor publicou vídeo nas redes sociais gravado de uma base aérea de Caracas no qual diz ter o apoio de 'valentes soldados'
CARACAS - O líder opositor e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou nesta terça-feira, 30, que conta com o apoio de um grupo de militares para restaurar a democracia e "acabar com a usurpação de poder" - como os opositores se referem ao governo de Nicolás Maduro -, em um vídeo gravado de uma base aérea de Caracas e publicado nas redes sociais.
O governo Maduro chamou a iniciativa de Guaidó de uma "tentativa de golpe de Estado". "Neste momento estamos enfrentando e desativando um grupo reduzido de militares traidores que se posicionaram na distribuidora Altamira para promover um golpe de Estado", escreveu no Twitter o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, que se referiu ao caso como uma "tentativa" e acusou a "direita golpista".
Na mensagem publicada nas redes sociais, Guaidó convocou outros militares a se juntarem a seu movimento e pediu que a população saia às ruas, "de forma pacífica" para apoiar sua reivindicação. "Hoje, valentes soldados, valentes patriotas, valentes homens apegados à Constituição vieram ao nosso chamado. Nós também viemos ao chamado, definitivamente nos encontraremos nas ruas da Venezuela", disse o líder opositor.
"Neste momento precisamos ter calma e coragem (...) para restaurar a calma na Venezuela", afirmou Guaidó.
Além disso, o político opositor Leopoldo López, que aparece ao lado de Guaidó nas imagens publicadas nas redes sociais, afirmou que foi libertado por militares e também pediu que os venezuelanos tomem as ruas pacificamente contra o governo socialista.
Por telefone, o pai de López afirmou à Associated Press que espera uma resposta militar e popular depois do chamado feito pelos opositores.
"Veremos um chamado para acabar com a usurpação (da presidência) e, bem, eu espero que o governo usurpador acabe hoje", disse.
Leopoldo López, condenado a 14 anos de prisão pelos protestos anti-governamentais de 2014, estava em prisão domiciliar. Nas redes sociais, ele afirmou que foi libertado pelos militares que apoiam Guaidó. / AP e AFP