Guaidó anuncia volta à Venezuela e convoca novos protestos
Maduro disse que está disposto a negociar com oposição
O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou neste sábado (2) que voltará para seu país a partir do Equador, e que irá convocar novos protestos contra o regime de Nicolás Maduro para a próxima semana. "Anuncio meu retorno do Equador, país irmão, que hoje reinicia relações produtivas por nossos povos, para enfrentar não apenas a crise migratória, mas também o flagelo da corrupção", disse o líder da Assembleia Nacional em coletiva de imprensa.
A declaração foi dada na cidade costeira de Salinas, após Guaidó se reunir com o presidente do Equador, Lenín Moreno. A viagem faz parte de uma série de visitas a países da América do Sul para tentar buscar apoio. De acordo com a agenda oficial do político, ele deseja partir rumo à Venezuela por volta das 11h30 (horário de Brasília) deste domingo e convocar os atos para segunda e terça-feira de Carnaval. "Volto na segunda-feira e terça-feira, embora também seja carnaval na Venezuela. Hoje temos pouco a comemorar e muito a fazer. Vamos convocar protestos", acrescentou.
Durante encontro entre Guaidó e Moreno, o líder equatoriano expressou seu apoio a uma "profunda transformação" no país sul-americano. Antes de passar pelo Equador, Guaidó visitou Colômbia, Brasil, Paraguai e Argentina.
Ontem (2), em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que o governo brasileiro espera que o retorno de Juan Guaidó ocorra sem incidentes. Além disso, o Itamaraty afirmou que manifestava a expectativa de que os direitos e a segurança de Guaidó, seus parentes e assessores sejam plenamente respeitados.
Maduro
Ontem (2), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chegou a descartar a possibilidade de novas eleições no país, porque as que foram realizadas tinham "padrões internacionais", mas disse estar disposto a negociar com a oposição.
A decisão foi revelada pelo porta-voz do vice-presidente de Comunicação, Cultura e Turismo, Jorge Rodríguez. Porém, ele impôs cinco exigências, sendo elas: respeito à soberania e a paz, a suspensão das sanções e a implementação de um mecanismo para resolver as diferenças políticas entre o governo e a oposição, assim como a não-interferência em temas internos.
Rodríguez ainda ressaltou que o comportamento do presidente da Assembleia Nacional da Venezuela é "uma agressão, uma intenção inconstitucional, para substituir o líder chavista".