Guaidó diz que Papa Francisco tem as 'melhores intenções'
Declaração foi dada antes do opositor chegar na Argentina
O autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, disse nesta sexta-feira (1) concordar com a posição do papa Francisco e ressaltou que vai continuar lutando contra a "ditadura" de Nicolás Maduro. A declaração foi dada durante sua passagem pelo Paraguai, onde foi recebido pelo presidente Mario Abdo Benítez. De lá, Guaidó embarcou para a Argentina.
Em entrevista, o opositor a Maduro foi questionado sobre a posição do Vaticano em relação à crise no país sul-americano. "Nós todos queremos uma mão mágica, uma mão amiga, mas nós também entendemos que este é um processo de anos e, embora o Vaticano tenha as melhores intenções no processo sobre o fim da usurpação e eleições livres, é necessário uma paz verdadeira, não a paz dos cemitérios". Além disso, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela também afirmou que a transição democrática no seu país depende da cooperação da comunidade internacional. "Acredito que a cooperação internacional é crucial para a Venezuela e o senhor [presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez] rompeu relações corretamente com a ditadura e hoje essas relações são mais fortes do que nunca entre o Paraguai e a Venezuela diante da restauração da democracia", disse. Guaidó relembrou que cerca de 600 soldados venezuelanos já desertaram da "ditadura" de Maduro para "ficar do lado da Constituição". Ele enfatizou que os venezuelanos querem paz, mas ainda há grupos armados que promovem a violência e barram a entrada de ajuda humanitária. O líder também agradeceu o apoio recebido do presidente Abdo Benítez, com quem se encontrou no último sábado na Colômbia, durante um evento para apoiar a entrega de ajuda humanitária à Venezuela, bloqueada pelo governo de Maduro. Na argentina, Guaidó será recebido pelo presidente Mauricio Macri em Buenos Aires. Ele já foi reconhecido como chefe de Estado interino por mais de 50 países, como Brasil, Estados Unidos, Canadá e a maior parte da União Europeia (UE). Antes de chegar no território argentino, o opositor a Maduro passou pelo Brasil e pela Colômbia. A expectativa é de que ele vá ainda ao Equador.