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Guarda Costeira dos EUA aponta 'implosão catastrófica' e confirma mortes

Segundo as autoridades americanas, ao menos cinco partes do submarino foram encontradas a 3.800 metros de profundidade

22 jun 2023 - 13h10
(atualizado às 17h25)
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O contra-almirante John Mauger, comandante do Primeiro Distrito da Guarda Costeira, fala durante coletiva de imprensa sobre a busca do submersível da OceanGate
O contra-almirante John Mauger, comandante do Primeiro Distrito da Guarda Costeira, fala durante coletiva de imprensa sobre a busca do submersível da OceanGate
Foto: REUTERS/Brian Snyder

A Guarda Costeira dos Estados Unidos informou na tarde desta quinta-feira, 22, ter encontrado  os destroços do Titan, submarino desaparecido, que fazia expedição para visitar o Titanic. Em coletiva de imprensa, as autoridades norte-americanas apontam uma 'implosão catastrófica' e confirmam mortes dos cinco tripulantes que estavam a bordo do submersível. 

"Em nome da guarda costeira dos EUA dou os pêsames para as famílias. Só consigo imaginar como isso tem sido para eles e espero que essa descoberta traga algum conforto nesse momento tão difícil", disse o contra-almirante da Guarda Costeira dos Estados Unidos John Mauger.

De acordo com ele, as partes do submersível estavam a 3.800 metros de profundidade, cerca de 487 metros de distância da proa do Titanic. "Os destroços são consistentes com uma perda catastrófica de pressão do submersível", afirmou. 

O submarino desapareceu cerca de 1h45 depois de ter descido
O submarino desapareceu cerca de 1h45 depois de ter descido
Foto: Divulgação/OceanGate

Ao menos cinco partes do submarino foram encontradas, incluindo a tampa traseira, estrutura e a parte frontal da estrutura. Apesar do ambiente ríspido, a busca pelos corpos dos passageiros continuará, como apontou Mauger.

"Continuaremos a trabalhar e a vasculhar a área lá embaixo, mas não tenho uma resposta sobre as perspectivas", disse o contra-almirante, que acredita que as autoridades ainda levarão um tempo para determinar a linha do tempo dos eventos que provocaram a 'falha catastrófica' do submersível.

Segundo as autoridades, os ruídos que foram captados nos últimos dias, aparentemente, não tinham nenhuma relação com o submersível. Acredita-se que a implosão tenha gerado um forte barulho, mas  há indícios de que a catástrofe tenha ocorrido antes do início da operação de resgate, já o som não foi captado pelos navios e sonares que participavam da operação. 

Os destroços foram encontrados com o auxílio da sonda canadense Horizon Arctic, juntamente com 2 robôs especializados em exploração submarina, que alcançaram a profundidade máxima do Oceano Atlântico dentro da área de busca designada, abrangendo aproximadamente 20 mil metros quadrados. 

Da esquerda para direita: Suleiman Dawood, Shahzada Dawood, Hamish Harding, Paul-Henry Nargeolet  e o CEO da Ocean Gate, Stockton Rush
Da esquerda para direita: Suleiman Dawood, Shahzada Dawood, Hamish Harding, Paul-Henry Nargeolet e o CEO da Ocean Gate, Stockton Rush
Foto: Reprodução/Reuters/Montagem

Mortes confirmadas 

Pouco antes da entrevista coletiva da Guarda Costeira, a OceanGate, responsável pelo submarino desaparecido no norte do Oceano Atlântico, já tinha confirmado a morte dos cinco tripulantes que estavam a bordo do Titan. "Lamentamos morte da tripulação", disse a empresa em um comunicado. 

Estavam a bordo do submarino o bilionário britânico Hamish Harding, de 58 anos, o empresário paquistanês Shahzada Dawood, 49, e seu filho Suleiman Dawood,19, Paul-Henri Nargeolet, 73,  especialista nos destroços do Titanic e mergulhador, e Stockton Rush, 61, CEO da OceanGate Expeditions.

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Leia a íntegra do comunicado da Ocean Gate

"Agora acreditamos que nosso CEO Stockton Rush, Shahzada Dawood e seu filho Suleman Dawood, Hamish Harding e Paul-Henri Nargeolet, infelizmente, foram perdidos.

Esses homens eram verdadeiros exploradores que compartilhavam um distinto espírito de aventura e uma profunda paixão por explorar e proteger os oceanos do mundo. Nossos corações estão com essas cinco almas e todos os membros de suas famílias durante esse período trágico. Lamentamos a perda de vidas e a alegria que eles trouxeram para todos que conheciam.

Este é um momento extremamente triste para nossos funcionários dedicados que estão exaustos e sofrendo profundamente com essa perda. Toda a família OceanGate é profundamente grata aos inúmeros homens e mulheres de várias organizações da comunidade internacional que enviaram recursos de grande alcance e trabalharam arduamente nesta missão.

Agradecemos seu empenho em encontrar esses cinco exploradores e seus dias e noites de trabalho incansável para apoiar nossa tripulação e suas famílias.

Este é um momento muito triste para toda a comunidade de exploradores e para cada um dos familiares daqueles que se perderam no mar.

Pedimos respeitosamente que a privacidade dessas famílias seja respeitada durante este momento tão doloroso".

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Entenda o caso

O submarino da OceanGate partiu para expedições aos destroços do Titanic --famoso navio que afundou em 1912, localizados a aproximadamente 600 km da costa do Canadá a 3.800 metros de profundidade--, no último domingo, 18.  A comunicação com o subersível foi perdidade a 1h45m do início da expedição, mas a empresa só notificou as autoridades sobre o desaparecimento 8 horas depois. 

As guardas costeiras dos Estados Unidos e do Canadá realizaram operações de busca e resgate com helicópteros, navios e sondas controladas remotamente. Inicialmente temia-se que a tripulação ficasse sem oxigênio já que o submersível tinha capacidade de oxigênio para 96 horas. 

A OceanGate cobra US$ 250 mil (R$ 1,19 milhão) por passageiro para participar de suas expedições e ter a oportunidade de observar os destroços do navio. O submersível levava em média  2,5 horas para chegar ao local dos destroços, que se encontra a uma profundidade de 3.800 metros no Oceano Atlântico. 

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Fonte: Redação Terra
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