Guerra na Ucrânia corre risco de ser "esquecida", diz papa
O papa Francisco está preocupado com o fato de a atenção internacional estar se desviando da guerra de quase dois anos da Rússia contra a Ucrânia, disse a Igreja Católica ucraniana de rito oriental nesta quarta-feira.
A Rússia lançou uma invasão em grande escala da Ucrânia em fevereiro de 2022, e os dois lados estão presos no que foi descrito como uma guerra de desgaste, em meio a preocupações de que o apoio ocidental a Kiev possa vacilar à medida que o conflito se arrasta.
Em uma carta ao chefe da Igreja Greco-Católica Ucraniana, Francisco disse lamentar que "em uma situação internacional cada vez mais trágica, a guerra na Ucrânia corre o risco de se tornar esquecida", disse a Igreja em um comunicado.
O papa respondeu a uma carta do arcebispo Sviatoslav Shevchuk, que levantou preocupações semelhantes sobre a guerra, e o informou em 29 de dezembro sobre os ataques aéreos russos, os maiores desde o início do conflito.
Francisco disse que os ataques contra civis e infraestruturas vitais são "vis, inaceitáveis e não podem ser justificados de forma alguma", e pediu à comunidade internacional e a todos os envolvidos no conflito que busquem soluções pacíficas, de acordo com a declaração.
O papa tem pedido paz constantemente, com inúmeros apelos para a "Ucrânia mártir", mas tem enfrentado críticas em alguns setores ucranianos por parecer relutante em criticar abertamente a Rússia, especialmente no início da guerra.
Francisco também enviou um enviado especial para a paz, o cardeal italiano Matteo Zuppi, a Kiev, Moscou, Washington e Pequim, e encarregou-o de ajudar a repatriar as crianças ucranianas da Rússia e dos territórios ocupados pela Rússia.
A Rússia disse que está pronta para negociações de paz se a Ucrânia levar em conta as "novas realidades", sugerindo o reconhecimento de que a Rússia controla cerca de 17,5% do território ucraniano. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, rejeitou qualquer noção de que Moscou esteja interessada em conversações.