Guerra na Ucrânia: o ataque da Rússia em mapas
Após o início da invasão, em menos de 24 horas, dezenas de alvos foram atingidos.
A Rússia deu início na madrugada desta quinta-feira (24/2) a uma grande invasão da Ucrânia a partir de três frontes principais.
Relatórios informam que as tropas estão avançando a partir do norte na direção de Kiev, a capital ucraniana; do leste por Donetsk, Luhansk e Kharkiv; e da Crimeia no sul.
Donetsk e Luhansk são duas regiões separatistas pró-Rússia, cuja independência Moscou reconheceu na segunda-feira (21/2). Já Kharkiv é a segunda maior cidade da Ucrânia, localizada perto da fronteira com a Rússia. A Crimeia, por sua vez, foi anexada pela Rússia em 2014, na última grande crise político-institucional da região.
Após o início da invasão, em menos de 24 horas, dezenas de alvos foram atingidos.
Ataque pelo ar
Aproximadamente à meia-noite pelo horário de Brasília (5 da manhã em Kiev), explosões foram ouvidas em muitas cidades do país, enquanto as defesas aéreas da Ucrânia e outras infraestruturas militares eram atacadas.
Analistas explicam que os ataques aéreos visam abrir caminho para as tropas terrestres se moverem.
Entre os alvos estavam locais em Kiev, Kharkiv, Odesa e Ivano-Frankivsk - esta última localizada no Oeste da Ucrânia, a mais de 800 km de distância da fronteira russa, que fica ao leste do país.
Ataques pelo norte
Do norte, acredita-se que as tropas russas cruzaram para a Ucrânia pela tripla fronteira entre Ucrânia, Rússia e Bielorrússia, em Senkivka.
Nas últimas semanas, um grande destacamento de tropas russas se reuniu perto de Novye Yurkovichi e Troebortno, incluindo "todo o 41º exército", segundo Michael Kofman, do Centro de Análises Navais, com sede nos EUA.
O 41º Exército de Armas Combinadas (CAA) é um exército de campo das Forças Terrestres da Rússia, formado em 1942 como parte do Exército Vermelho Soviético, durante a Segunda Guerra Mundial.
A partir da fronteira, colunas de blindados, incluindo tanques e múltiplos sistemas de lançamento de foguetes, moveram-se em direção a Chernihiv, em uma rota direta para Kiev.
Também houve combates nos arredores da capital, enquanto as forças ucranianas tentavam recapturar a base aérea de Gostomel, a oeste da cidade.
As tropas aéreas russas assumiram o controle do aeródromo de Gostomel, mas o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, prometeu que eles seriam cercados e esmagados.
Um ataque com mísseis também atingiu a cidade de Brovary, a leste de Kiev.
Houve uma batalha intensa pelo controle da antiga usina nuclear de Chernobyl. O conselheiro presidencial ucraniano Mykhaylo Podolyak disse ser impossível dizer se o local está seguro.
"Perdemos o controle de Chernobyl", disse Podolyak.
Ataques pelo leste
Do leste, há relatos de que tanques russos chegaram a Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia. Partes da cidade foram bombardeadas.
Durante a noite, houve grandes explosões em Donetsk e explosões semelhantes vindas da direção de Belgorod, do outro lado da fronteira, onde grandes movimentos de tropas foram relatados na quarta-feira (23/2).
A agência de notícias russa Interfax relatou alegações de separatistas apoiados pela Rússia de que eles teriam iniciado uma ofensiva na cidade de Shchastia, em Luhansk, controlada pela Ucrânia.
Também houve batalhas violentas em torno de Sumy, perto de Kharkiv.
Acredita-se que existam cerca de 15 mil separatistas apoiados pela Rússia em Donetsk e Luhansk, que podem ajudar o avanço russo. A Ucrânia acredita que o número é maior.
Ataque pelo sul
No sul, as tropas cruzaram da Crimeia para o continente, em direção a Kherson, tomando Chongar e Novo Alekseyevka.
Durante a noite, explosões foram ouvidas em cidades de toda a região, incluindo Odesa, Mariupol, Melitpol e Kherson.
Autoridades ucranianas - citadas pela agência de notícias Reuters - disseram que tropas russas desembarcaram nos portos de Odesa e Mariupol.
Nos últimos dias, a Rússia posicionou navios de desembarque capazes de implantar tanques de guerra, veículos blindados e homens ao largo da costa ucraniana, em uma grande escalada de suas forças no Mar Negro e no Mar de Azov.
As forças ucranianas estão concentradas no leste da Ucrânia, na direção de Donetsk e Luhansk.
Ben Barry, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, diz que um avanço russo ao norte da Crimeia pode conseguir separá-las de Kiev, isolando-as no lado leste do rio Dnieper.
Com tropas russas a leste, em Donetsk e Luhansk, ao norte da Rússia e na margem oeste do Dnieper, eles seriam cercados.
Gráficos de Zoe Bartholomew e Mark Bryson
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