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Guerra na Ucrânia: os novos planos da Rússia para ampliar o conflito

Ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, diz que armas ocidentais de longo alcance mudaram geografia da guerra.

21 jul 2022 - 12h22
(atualizado em 22/7/2022 às 06h52)
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Armas de longo alcance fornecidas pelos EUA mudaram o cálculo de Moscou, diz Lavrov
Armas de longo alcance fornecidas pelos EUA mudaram o cálculo de Moscou, diz Lavrov
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O foco militar da Rússia na Ucrânia não é mais "apenas" o leste, disse o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.

Em entrevista à mídia estatal russa, ele indicou que a estratégia de Moscou mudou depois que países aliados forneceram à Ucrânia armas de longo alcance.

A Rússia agora teria que empurrar as forças ucranianas ainda mais longe da linha de frente para garantir sua própria segurança, argumentou.

Seus comentários foram feitos após os Estados Unidos anunciarem que forneceriam à Ucrânia mais armas de longo alcance.

A Ucrânia receberá outros quatro sistemas avançados de foguetes Himars para conter o avanço das tropas russas, elevando o número total para 16, disse o chefe do Pentágono, Lloyd Austin.

Enquanto isso, a primeira-dama ucraniana Olena Zelenska dirigiu-se ao Congresso dos EUA nesta semana pedindo mais sistemas de defesa aérea para "nos ajudar a parar esse terror contra os ucranianos".

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro, alegando falsamente que os falantes de russo na região de Donbas, no leste da Ucrânia, sofreram um genocídio e precisavam ser libertados.

Cinco meses depois, a Rússia ocupou partes do leste e do sul do país, mas falhou em seu objetivo original de capturar a capital ucraniana, Kiev, e desde então afirmou que seu principal objetivo era a libertação de Donbas.

Os EUA acusaram a Rússia de se preparar para anexar partes da Ucrânia.

Desde fevereiro, países ocidentais fornecem à Ucrânia armas cada vez mais poderosas para usar em sua defesa contra as forças russas.

Lavrov diz que isso forçou a Rússia a expandir ainda mais seus objetivos.

"Não podemos permitir que a parte da Ucrânia controlada pelo [presidente ucraniano Volodymyr] Zelensky... possua armas que representem uma ameaça direta ao nosso território", disse Lavrov em entrevista à jornalista Margarita Simonyan, conhecida comentarista da TV e editora-chefe da emissora estatal russa RT.

"A geografia é diferente agora", disse ele, citando as regiões do sul de Kherson e Zaporizhzhia como os mais recentes objetivos da Rússia. As forças de Moscou já ocupam partes de ambas as regiões.

Estima-se que Rússia tenha perdido 700 tanques neste ano
Estima-se que Rússia tenha perdido 700 tanques neste ano
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Lavrov se referiu especificamente ao sistema de foguetes de longo alcance Himars (fornecido apenas recentemente pelos EUA) com o qual a Ucrânia teve algum sucesso.

Por dois dias consecutivos, as forças ucranianas usaram os Himars para atingir uma ponte estratégica em Kherson (cidade ocupada). A ponte Antonivskyi é uma das duas pontes das quais a Rússia depende para abastecer as áreas que capturou na margem oeste do rio Dnipro, incluindo a cidade de Kherson.

O chanceler russo descreveu as ações de fornecimento de armas à Ucrânia como uma "raiva impotente" e um "desejo de piorar as coisas".

Mas Austin, do Pentágono, disse que foi a "invasão cruel e não provocada" da Rússia que estimulou a comunidade internacional a agir.

Os planos russos de anexação

A aparente expansão dos objetivos russos também foi assinalada nesta semana pelo porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, que disse que a Rússia já está fazendo planos para anexar grandes áreas do território ucraniano.

Ele acusou Moscou de usar um "manual" semelhante à tomada da Crimeia, quando anexou a península ucraniana organizando um referendo simulado em 2014.

Kirby disse que a Rússia está instalando funcionários pró-russos ilegítimos para administrar regiões ocupadas da Ucrânia. Essas novas "administrações" então organizariam referendos locais para se tornar parte da Rússia, possivelmente já em setembro.

Os resultados das votações seriam usados pela Rússia "para tentar reivindicar a anexação do território ucraniano soberano", disse Kirby.

A Crimeia foi anexada pela Rússia em 2014 após um referendo organizado às pressas — visto como ilegal pela comunidade internacional, no qual os eleitores optaram por se juntar à Rússia.

Muitos apoiadores de Kiev boicotaram a votação e a campanha não foi livre nem justa.

Votações semelhantes realizadas em outras partes da Ucrânia quase certamente passariam por uma situação semelhante, com qualquer oposição à adesão à Rússia amplamente suprimida.

Kirby disse que estava "expondo" os planos russos "para que o mundo saiba que qualquer suposta anexação é premeditada, ilegal e ilegítima", e prometeu que haverá uma resposta rápida dos EUA e seus aliados.

As áreas visadas para anexação incluíam Kherson, Zaporizhzhia, Donetsk e Luhansk, disse ele — as mesmas regiões que Lavrov diz serem agora objetivos russos.

- Texto originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62250623

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