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Guerra na Ucrânia: por que Putin começou a posicionar armas nucleares em Belarus

A Rússia estacionou seu primeiro lote de armas nucleares táticas em Belarus, segundo o presidente Vladimir Putin.

16 jun 2023 - 18h33
(atualizado às 18h45)
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Putin participou de reunião com líderes de países africanos
Putin participou de reunião com líderes de países africanos
Foto: Reuters / BBC News Brasil

A Rússia enviou seu primeiro lote de armas nucleares táticas em Belarus, anunciou o presidente Vladimir Putin.

Falando em um fórum econômico, ele disse que as armas só seriam usadas se o Estado da Rússia fosse ameaçado.

Por outro lado, o governo dos Estados Unidos afirma que não há indicação de que o Kremlin planeja usar armas nucleares para atacar a Ucrânia.

"Não vemos indicação de que a Rússia esteja se preparando para usar uma arma nuclear", disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, após os comentários de Putin.

Belrus é um importante aliado da Rússia e serviu como uma das plataformas de lançamento para a invasão em grande escala da Ucrânia por Putin em fevereiro do ano passado.

Putin disse que a transferência das ogivas nucleares táticas seria concluída até o final do verão no hemisfério norte.

Respondendo a perguntas após um discurso no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, o presidente da Rússia disse que a medida era sobre "contenção" e para lembrar a todos "que pensam em nos infligir uma derrota estratégica".

"Por que devemos ameaçar o mundo inteiro? Já disse que o uso de medidas extremas é possível caso haja perigo para o Estado russo", disse Putin em resposta a uma pergunta do mediador do encontro.

Negociações distantes

Putin deve se encontrar com líderes de países africanos em São Petersburgo depois que eles visitaram Kiev na sexta-feira como parte de uma iniciativa de paz que estão apresentando a ambos os países.

No entanto, enquanto eles estavam na cidade, ela foi atacada por mísseis russos.

O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, pediu uma trégua entre os países e negociações para a paz.

"Viemos aqui para ouvir e reconhecer o que o povo da Ucrânia passou", disse ele.

Mas o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que, em vez de fazer aberturas diplomáticas com a Rússia, ela deveria ser congelada diplomaticamente para enviar uma mensagem de que a comunidade internacional condena a invasão.

Kiev não entrará em negociações com Moscou enquanto a Rússia não deixar o território ucraniano, disse Zelensky.

Já Putin também repetiu sua afirmação de que a Ucrânia não tinha chance de sucesso em sua contra-ofensiva em andamento.

O exército ucraniano também estava ficando sem seu próprio equipamento militar e em breve usaria apenas equipamentos doados pelo Ocidente, disse Putin.

"Não se pode lutar por muito tempo assim", disse ele, alertando que qualquer caça F-16 dos EUA dado à Ucrânia "vai queimar, sem dúvida".

A Ucrânia já havia criticado comentários semelhantes, afirmando que está progredindo na recaptura de território no leste e no sul do país.

Na sexta-feira, a vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Malyar, disse que no sul do país as unidades militares avançaram 2 km em todas as direções.

A BBC não conseguiu confirmar independentemente as informações sobre o campo de batalha.

O líder russo também abordou temas econômicos no encontro, alegando que as sanções do Ocidente à Rússia não conseguiram isolá-la e, em vez disso, levaram a uma expansão de seu comércio com "os mercados do futuro".

Ele elogiou novos acordos com países da Ásia, Oriente Médio e América Latina - chamando-os de "parceiros confiáveis e responsáveis".

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