Guerra na Ucrânia supera marca de 2 milhões de refugiados
Quase metade deste contingente foi para a Polônia na tentativa de fugir do confronto
A guerra na Ucrânia superou nesta terça-feira, 8, a marca de 2 milhões de refugiados, segundo dados das Nações Unidas.
O portal da agência da ONU para refugiados (Acnur) dedicado à crise ucraniana mostra que, por volta de 7h30 (horário de Brasília), a cifra de deslocados internacionais em função da invasão russa era de pelo menos 2.011.312, sendo que mais da metade desse contingente (1,2 milhão) se dirigiu à Polônia.
Outras importantes nações de destino são Hungria (191,3 mil), Eslováquia (140,7 mil), Moldávia (82,8 mil), Romênia (82 mil) e a própria Rússia (99,3 mil). Para efeito de comparação, o número de refugiados ucranianos no mundo até junho de 2021, segundo o Acnur, era de 53,5 mil.
De acordo com a própria ONU, a crise de refugiados na Ucrânia apresenta o crescimento mais rápido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. O país tem cerca de 44 milhões de habitantes, e o número de deslocados internacionais tende a aumentar rapidamente, já que centenas de milhares de pessoas fugiram de suas casas, mas ainda não cruzaram as fronteiras.
Em coletiva de imprensa em Oslo, na Noruega, o chefe do Acnur, Filippo Grandi, disse que as guerras na Bósnia-Herzegovina e no Kosovo também tiveram de 2 a 3 milhões de refugiados, "mas em um período de oito anos".
Evacuação
Após três dias de tentativas fracassadas, a Rússia anunciou nesta terça-feira a abertura de corredores humanitários para evacuação de civis de cinco cidades ucranianas: a capital Kiev, Kharkiv, Chernihiv, Sumy e Mariupol, que estão entre os principais alvos da ofensiva de Moscou.
"Até 9h30 [4h30 em Brasília], mais de 150 pessoas tinham sido evacuadas [em Kiev]", afirmou o chefe da administração regional de Kiev, Oleksiy Kuleba.
No entanto, a vice-premiê ucraniana, Iryna Verechtchouk, disse ter recebido "informações" que apontam que a Rússia quer "atrapalhar" o corredor humanitário de Sumy e forçar as pessoas a percorrerem um "itinerário não concordado e perigoso".
A União Europeia já aprovou a concessão de proteção temporária para as pessoas em fuga da Ucrânia, que poderão residir, trabalhar, estudar e receber assistência médica no bloco.