Guerra na Ucrânia: Zelensky afirma que 1.300 soldados do país já morreram nos combates
Presidente ucraniano também disse que entre 500 e 600 integrantes das forças russas se renderam na última sexta. A BBC não conseguiu verificar de forma independente os números apresentados.
O presidente Volodymyr Zelensky afirmou neste sábado (12/03) que 1.300 soldados ucranianos morreram nos 17 dias da ofensiva russa dentro do país. Zelensky também disse que entre 500 e 600 integrantes das forças russas se renderam na última sexta (11/03).
A BBC não conseguiu verificar de forma independente os números apresentados pelo presidente ucraniano.
Mais cedo, ele declarou que "tropas russas não conseguem ocupar cabeças e mentes" e que a intervenção russa em território ucraniano é "temporária, não para sempre. Tenho confiança nisso".
Zelensky chamou de "simples terrorismo" a captura por forças da Rússia do prefeito de Melitopol.
Ivan Fedorov estava em um centro de crise na cidade que fica no sudeste ucraniano. Câmeras de circuito de TV registraram o momento, que foi compartilhado em vários posts nas redes sociais.
No lugar de Fedorov, Galina Danilchenko teria sido designada por militares russos para ocupar o cargo. Ela apareceu na TV local e afirmou que tinha como tarefa a construção "de mecanismos básicos sob a nova realidade".
Ela pediu à população de Melitopol para não tomar parte em "ações extremistas".
A vice-premiê da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, informou que, apenas neste sábado, 13 mil pessoas conseguiram ser evacuadas pelos corredores humanitários - o dobro do número de sexta.
Vereshchuk, no entanto, afirmou que ninguém conseguiu ser retirado pela cidade de Mariupol, que está sob cerco das tropas russas.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmyto Kuleba, afirmou que o país está disposto a negociar com a Rússia, mas que não vai se entregar às forças de Vladimir Putin.
Ele disse que as demandas que estão sendo impostas para negociações de paz são inaceitáveis para a Ucrânia. Também afirmou que o exército do país necessita de mais recursos e apoio para os combates.
Veja os principais fatos deste sábado na guerra
- Negociações de cessar-fogo: conversas entre o presidente francês Emmanuel Macron, o russo Vladimir Putin e o chanceler alemão Olaf Schulz não tiveram avanços. Segundo o gabinete de Macron, Putin não demonstrou sinais para interrupção da ofensiva;
- Retirada de civis: corredores humanitários foram estabelecidos em Mariupol, Sumy e outras cidades fora de Kiev, mas autoridades ucranianas dizem que os disparos por parte de forças russas prosseguem e impedem as operações de forma segura. A Ucrânia diz que 7 pessoas morreram após forças russas atirarem em um comboio que saía do vilarejo de Peremoha na sexta. Depois foi informado que esse grupo não estava em um corredor humanitário;
- Regularização de refugiados: a Polônia aprovou uma lei emergencial permitindo que refugiados ucranianos possam viver e trabalhar no país vizinho por um período de 18 meses;
- Protestos em cidades europeias: foram registrados atos em apoio à Ucrânia em Londres, Paris, Turim, Florença, Roterdã (Holanda). Houve também manifestações na Bósnia e Hezergovina, na ex-república soviética da Geórgia e na Turquia. Zelensky fez um discurso para os italianos e afirmou que 79 crianças morreram na Ucrânia desde o início da guerra;
- Uso de mercenários: o Ministério da Defesa britânico disse que baixas russas levarão ao uso de alternativas para suprir as linhas na Ucrânia e cita relatos de que Moscou fará uso de mercenários de empresas privadas russas. Putin admitiu o recrutamento de 16 mil soldados que chamou de voluntários do Oriente Médio. Militares ocidentais afirmam que 6.000 soldados russos morreram em combate. Em 2 de março, o governo russo disse que houve 500 baixas militares;
- Hyundai suspende patrocínio no Chelsea: A empresa automotora sul-coreana suspendeu o contrato de 4 anos, avaliado em 50 milhões de libras, com o clube inglês de propriedade do russo Roman Abramovich. O governo britânico anunciou sanções contra o empresário dizendo que ele tem ligações com o regime de Vladimir Putin.
Sabia que a BBC está também no Telegram? Inscreva-se no canal.