"Guerra veio para aumentar a fome e a desigualdade", diz Lula sobre conflito na Ucrânia
Presidente discursou na Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia, em Bruxelas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta segunda-feira, 17, os gastos relacionados à guerra entre Rússia e Ucrânia, argumentando que tais recursos poderiam ser melhor empregados no combate à fome. Além disso, o mandatário brasileiro destacou que as sanções impostas pelos países europeus em decorrência do conflito afetam negativamente as populações mais vulneráveis.
As declarações foram dadas durante discurso na Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia, em Bruxelas, na Bélgica.
"Em linha com a Carta das Nações Unidas, repudiamos veementemente o uso da força como meio de resolver disputas. O Brasil apoia as iniciativas promovidas por diferentes países e regiões em favor da cessação imediata de hostilidades e de uma paz negociada. Recorrer a sanções e bloqueios sem o amparo do direito internacional serve apenas para penalizar as populações mais vulneráveis", afirmou.
"A guerra no coração da Europa veio para aumentar a fome e a desigualdade, ao mesmo [tempo em] que elevou os gastos militares globais. Apenas em 2022, em vez de matar a fome de milhões de seres humanos, o mundo gastou 2,24 trilhões de dólares para alimentar a máquina de guerra, que só causa mortes, destruição e ainda mais fome", completou.
Em outro trecho, Lula reiterou seu compromisso com a proteção da Amazônia e afirmou que o Brasil se empenhará em acabar com o desmatamento ilegal no bioma até 2030.
No entanto, o ex-presidente ressaltou que a floresta não deve ser "apenas vista como um santuário ecológico", destacando a importância de conciliar a preservação ambiental com o desenvolvimento sustentável da região.
"O desenvolvimento sustentável possui três dimensões inseparáveis: a econômica, a social e a ambiental. O mundo precisa se preocupar com o direito de viver bem dos habitantes da Amazônia", afirmou.