Hackers russos não mudaram votos nos EUA, diz Inteligência
Em audiência no Senado dos Estados Unidos, o diretor da Inteligência Nacional, James Clapper, afirmou que a ação de hackers russos não afetou o resultado da eleição presidencial de 8 de novembro.
No fim do ano passado, a CIA confirmou que um ataque cibernético patrocinado pelo Kremlin vazou emails do Partido Democrata para beneficiar o republicano Donald Trump, que promete melhorar o relacionamento de Washington com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Divulgadas pelo WikiLeaks, as mensagens indicavam um suposto favorecimento da cúpula da legenda à candidata Hillary Clinton, em detrimento do senador Bernie Sanders. O caso provocou a renúncia da chefe do Comitê do Partido Democrata (DNC), Debbie Wasserman.
Segundo Clapper, que deixará o comando da Inteligência Nacional ao fim do mandato de Barack Obama, a ação de hackers russos representa uma "importante ameaça" ao governo dos Estados Unidos e a suas infraestruturas militares, diplomáticas e comerciais, mas não mudaram o resultado final da eleição presidencial.
O pleito terminou com uma vitória de Trump sobre Hillary no colégio eleitoral, embora a democrata tenha recebido quase 3 milhões de votos a mais que o republicano. Na audiência, Clapper não forneceu detalhes sobre o relatório da Inteligência, mas disse que o Congresso receberá uma versão "não confidencial" na semana que vem.
No entanto, ele afirmou que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, colocou vidas norte-americanas "em perigo" ao divulgar informações obtidas por meio de um ataque cibernético. Os emails do Partido Democrata teriam sido entregues à organização do australiano por pessoas ligadas ao Kremlin.
O episódio serviu de motivação para Obama expulsar 35 diplomatas russos e suas famílias dos Estados Unidos e proibir o acesso de representantes de Moscou a dois complexos recreativos do governo situados em Maryland e Nova York.