Hamas propõe cessar-fogo em troca de reféns e prisioneiros palestinos
A gestão de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, afirmou que a proposta do Hamas continha "exigências irreais"
O Hamas levou aos mediadores e aos Estados Unidos uma proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza. A oferta inclui a libertação de prisioneiros palestinos em troca de reféns israelenses. Entre os prisioneiros estão 100 que cumprem prisão perpétua. As informações são da Agência Reuters.
O grupo terrorista declarou que ao libertar reféns, seriam soltos mulheres, crianças, idosos e reféns doentes. Em troca, eles pedem a libertação de 700 a 1.000 prisioneiros palestinos. A gestão de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, afirmou que a proposta do Hamas continha "exigências irreais".
O cessar-fogo vem sendo debatido entre os dois lados, através de intermediações do Egito e do Catar, que tentam diminuir as diferenças entre Israel e o Hamas. Este debate vem aumentando com o aprofundamento da crise humanitária que acomete a Faixa de Gaza, que já faz com que um quarto da população enfrente a fome.
A proposta mais recente apresentada pelo Hamas afirma que uma data para o cessar-fogo seria discutida após a troca de reféns e prisioneiros, e que seria estabelecido um prazo para retirada de soldados israelenses de Gaza após a primeira fase. Eles ainda disseram que todos os detidos, de ambos os lados, seriam libertados.
O Hamas também disse ter apresentado aos mediadores sua visão do que seria a trégua, que inclui o fim de ataques israelenses contra palestinos em Gaza, fornecimento de suprimentos e ajudas humanitárias, retorno daqueles que se deslocaram de Gaza e retirada das forças israelenses.
Outras negociações do cessar-fogo
Em fevereiro deste ano, houve conversas sobre a trégua no conflito em Paris, que resultou na criação de um projeto que incluía pausa de 40 dias nas operações militares e previa a troca de prisioneiros palestinos por reféns israelenses, numa proporção de dez para um, proporção essa que é semelhante à apresentada pelo Hamas.
Israel rejeitou, também, essa proposta, com a justificativa que seu objetivo é não acabar com a guerra até que o Hamas fosse destruído. Além disso, o governo israelense insistiu que os acordos devem pôr fim à guerra.
A ONU já alertou que cerca de 576 mil pessoas em Gaza estão à beira da fome e, com seis meses de conflito, a pressão tem aumentado sobre Israel para permitir acesso dos civis à ajuda humanitária.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini