Hezbollah confirma morte de líder Hassan Nasrallah em ataque israelense
"Ataque foi direcionado" à sede do Hezbollah, afirmam as Forças de Defesa de Israel (IDF)
O Hezbollah confirmou neste sábado, 28, a morte de seu líder Hassan Nasrallah, de 64 anos, em um bombardeio no sul de Beirute promovido pelas Forças Armadas de Israel (FDI), nesta sexta-feira, 27. A informação é da agência de notícias AFP.
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“Sayed Hassan Nasrallah se uniu com seus companheiros mártires (…) cuja marcha liderou durante quase 30 anos”, declarou o grupo pró-Irã em um comunicado.
A confirmação ocorreu mais de 19 horas depois da FDI fazer uma série de bombardeios na capital libanesa e atacar o QG do Hezbollah, localizado em um bairro de Dahieh, área residencial da cidade. O caso ocorreu após o discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da ONU.
Vários prédios foram atingidos, conforme vídeos compartilhados nas redes sociais, que também mostram a grande coluna de fumaça gerada pelo impacto dos mísseis. O exército israelense afirmou que o grupo extremista utiliza civis libaneses como "escudos humanos" ao posicionar suas bases em meio a áreas densamente habitadas.
Na noite de sexta, uma fonte do grupo pró-Irã informou que foi perdido o contato com Nasrallah ainda na noite de sexta, e algumas horas depois, o Exército de Israel anunciou a morte do líder do Hezbollah. O contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz dos militares israelenses, afirmou que a eliminação dele torna o mundo “um lugar mais seguro”.
Já o Hamas, grupo extremista islamista palestino, classificou o ataque como um “ato terrorista covarde”. Nasrallah era líder do Hezbollah desde 1994.
“A mensagem é simples: saberemos como alcançar qualquer pessoa que ameace os cidadãos de Israel”, afirmou o comandante do Estado-Maior israelense, general Herzi Halevi.
Ataques no Líbano
Esse ataque é parte de uma série de bombardeios realizados por Israel nas últimas semanas, intensificando o conflito na região, que já provocou a morte de mais de 700 pessoas. Israel justifica suas ações como uma resposta ao Hezbollah, organização armada financiada pelo Irã, que surgiu no Líbano com o objetivo de resistir às ações israelenses.
A recente escalada de violência entre as duas partes aumentou após a explosão de dispositivos de comunicação pertencentes a membros do Hezbollah, que culpam Israel pelos ataques. Desde então, o Líbano vive uma onda de bombardeios que tem forçado um número enorme de pessoas a deixarem o país.
A ACNUR, a agência da ONU para refugiados, informou que mais de 30 mil libaneses fugiram para a Síria nas últimas 72 horas. Além disso, milhares de outros tentam sair do país, mas muitos encontram dificuldades devido ao cancelamento de voos por diversas companhias aéreas nos aeroportos libaneses. O Itamaraty está monitorando a situação e avaliando a repatriação de brasileiros que queiram deixar o Líbano. Atualmente, cerca de 21 mil brasileiros residem no país, a maior comunidade brasileira no Oriente Médio.
Em Israel, os ataques do Hezbollah com mísseis e foguetes também obrigaram milhares de pessoas do norte do país a abandonarem suas casas. O governo israelense garantiu que a ofensiva só terminará quando for possível garantir a segurança dos moradores, que terão condições de retornar aos seus lares.
Apesar dos pedidos de cessar-fogo feitos por diversos países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido e Emirados Árabes, Netanyahu rejeitou qualquer trégua na quinta-feira, 26, mantendo a postura de continuar a operação militar até atingir seus objetivos.
Na mesma sexta-feira, forças israelenses também realizaram bombardeios na fronteira entre Líbano e Síria, matando cinco soldados sírios, conforme informado pela mídia estatal da Síria.