Homem de Hong Kong é sentenciado a 9 anos de prisão em primeiro caso de segurança nacional
A primeira pessoa condenada pela lei de segurança nacional de Hong Kong foi sentenciada nesta sexta-feira a 9 anos de prisão por atividades terroristas e incitação à secessão, uma decisão com implicações de longo prazo para o cenário jurídico da cidade.
O ex-garçom Tong Ying-kit, 24, foi acusado de avançar a sua moto contra três policiais ano passado enquanto carregava uma bandeira com o slogan "Liberte Hong Kong. Revolução dos nossos tempos".
O advogado de Tong, Clive Grossman, disse a repórteres no lado de fora do tribunal que a defesa apelaria tanto do veredito quanto da sentença. Ele não fez mais comentários.
Tong não depôs durante o julgamento.
Após a sentença, no entanto, ele pediu aos habitantes de Hong Kong que continuem perseverando, como os pioneiros medalhistas de ouro e prata dos Jogos Olímpicos, Cheung Ka-long e Siobhan Haughey.
"Aguentem firme, assim como os atletas de Hong Kong", disse Tong, segundo outro advogado de defesa, Lawrence Lau.
Os juízes Esther Toh, Anthea Pang e Wilson Chan --escolhidos pela líder da cidade Carrie Lam para tratarem de casos de segurança nacional-- decidiram na terça-feira que o slogan era "capaz de incitar outras pessoas a cometerem secessão".
Na sexta-feira, os juízes sentenciaram Tong a 6,5 anos de prisão por incitar secessão e 8 anos por atividades terroristas. Desses, 2,5 anos serão computados consecutivamente, resultando em uma sentença total de 9 anos.
Grupos de direitos humanos criticaram a condenação de Tong, dizendo que ela impõe novos limites à liberdade de expressão, assim como precedentes estabelecidos pelo julgamento que, segundo eles, contrastam com as tradições do sistema jurídico de Hong Kong.