Igreja Anglicana enfrenta ameaça de divisão por causa da posição sobre casais homossexuais
Uma aliança de líderes eclesiásticos ameaçou se separar da Igreja da Inglaterra, também conhecida como Igreja Anglicana, por causa dos planos de permitir que casais homossexuais tenham cultos autônomos nas igrejas, dizendo que isso seria um afastamento dos ensinamentos da instituição sobre o casamento.
Em uma carta aos dois bispos mais antigos da Igreja, o grupo dissidente disse que os planos eram "claramente contrários" à sua própria doutrina, afirmando que o casamento é entre um homem e uma mulher.
A Igreja Anglicana, que não permite casamentos entre pessoas do mesmo sexo em suas 16.000 unidades, ultrapassou um marco em 2022 quando decidiu permitir que os padres abençoassem casais do mesmo sexo. Essas bênçãos são permitidas apenas como parte de serviços regulares abertos ao público, não como serviços autônomos, como permitido para casamentos.
Uma proposta que deverá ser discutida em um sínodo no próximo mês permitiria serviços autônomos para casais do mesmo sexo em caráter experimental. Esses serviços não seriam considerados casamentos, mas os conservadores dizem que eles ainda iriam longe demais.
"Se o afastamento da doutrina da Igreja... for adiante, não teremos escolha a não ser estabelecer rapidamente o que seria, de fato, uma nova 'Província paralela' dentro da Igreja da Inglaterra", disse a aliança, formada por líderes de diferentes redes apoiados por mais de 2.000 clérigos.
O grupo acrescentou que não deixaria a Igreja ou a Comunhão Anglicana, mas buscaria "supervisão pastoral de bispos que permanecem fiéis ao ensino ortodoxo sobre casamento e sexualidade".
Na quarta-feira, 11 bispos da igreja disseram que não poderiam apoiar as propostas de serviços autônomos.
A Igreja da Inglaterra, central para a comunhão anglicana mais ampla de 85 milhões de pessoas em 165 países, não respondeu a um pedido de comentário da Reuters.
((Tradução Redação São Paulo)) REUTERS AC
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