Igreja Católica dá ultimato para Ortega na Nicarágua
Bispos deram um mês para diálogo apresentar "resultados"
Os bispos da Nicarágua deram um ultimato ao presidente Daniel Ortega: se as negociações entre governo e oposição não apresentarem frutos dentro de um mês, a Igreja Católica abandonará o papel de mediadora da crise no país.
"Dissemos ao presidente que, um mês depois do início do diálogo, faremos uma pausa para avaliar a vontade política de implantação dos acordos", afirmou o arcebispo de Manágua, cardeal Leopoldo Brenes, também presidente da Conferência Episcopal da Nicarágua.
Segundo ele, se a Igreja considerar que "não estão sendo dados os passos necessários", dirá ao povo que "não se pode seguir adiante". A mediação dos bispos nicaraguenses foi pedida pelo próprio Ortega, após a onda de protestos que tomou conta do país por causa de um polêmico projeto de reforma previdenciária, já retirado.
No entanto, a repressão por parte das forças de segurança do ex-guerrilheiro sandinista deixou um saldo de 63 mortos em uma semana e manteve a oposição e movimentos estudantis nas ruas. Ainda não há uma data certa para o início das negociações, ou sequer uma agenda definida.