"Ilegal e imoral" diz Mauro Vieira criticando a ação de Israel em Gaza
O ministro ainda questionou o fato de a Palestina não integrar a ONU como membro pleno: "139 dos 193 países já reconhecem o território como um Estado", disse
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante agenda na Cisjordânia neste domingo (17), qualificou as ações de Israel na Faixa de Gaza como ilegais e imorais.
"Permitam-me que o diga em alto e bom som. É ilegal e imoral privar as pessoas de alimentos e água. É ilegal e imoral atacar comboios humanitários e pessoas que procuram ajuda. É ilegal e imoral impedir que os doentes e feridos tenham acesso a material médico essencial. É ilegal e imoral destruir hospitais, locais religiosos e sagrados, cemitérios e abrigos", disse.
O chanceler participou da cerimônia de outorga ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva do título de Membro Honorário do Conselho dos Curadores da Fundação Yasser Arafat.
Em Ramala, o Ministro Mauro Vieira participou da cerimônia de outorga, ao Presidente Lula, do título de Membro Honorário do Conselho dos Curadores da Fundação Yasser Arafat. Recebeu a homenagem das mãos do PM Mohammad Shtayyeh, que louvou a coragem do Presidente na defesa da 🇵🇸. pic.twitter.com/0kb8PJn5PF
— Itamaraty Brasil 🇧🇷 (@ItamaratyGovBr) March 17, 2024
No discurso, Vieira citou ainda as recentes declarações de Lula que abriram espaço para uma crise diplomática com o governo israelense. O chanceler considerou como uma "resposta desproporcional" de Israel aos ataques do Hamas em 7 de outubro do ano passado.
"É por isso que o presidente Lula fez um apelo, durante a 37ª cúpula da União Africana, em Adis Abeba, para que resgatemos nossas melhores tradições humanistas. Sob essa luz, ele condenou os ataques contra civis e militares israelenses em 7 de outubro e exigiu a libertação imediata de todos os reféns. Ao mesmo tempo, ele rejeitou a resposta desproporcional de Israel, que já matou e deslocou milhares de pessoas na Palestina", afirmou o ministro.
O ministro ainda questionou o fato de a Palestina não integrar a Organização das Nações Unidas como membro pleno. "A decisão sobre a existência de um Estado palestino independente foi tomada há 75 anos pelas Nações Unidas. 139 dos 193 membros já reconhecem a Palestina como um Estado. Por isso, não há qualquer razão para que a Palestina não seja membro de pleno direito das Nações Unidas", esclareceu.