Imagens mostram resgate de brasileiros vítimas de tráfico humano em Mianmar
Phelipe de Moura Ferreira e Luckas Viana dos Santos foram resgatados junto com centenas de outros imigrantes
Imagens obtidas pela GloboNews mostram o momento em que os brasileiros Phelipe de Moura Ferreira e Luckas Viana dos Santos, vítimas de tráfico humano em Mianmar, foram resgatados junto com centenas de outros imigrantes. Eles foram entregues para as autoridades da Tailândia e agora aguardam o processo de repatriação para o Brasil.
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Durante a operação de resgate, eles foram encaminhados para um centro de detenção em Mianmar e, posteriormente, transferidos para a Tailândia. No país, precisarão permanecer por mais 15 dias em outro centro de detenção, conforme o protocolo padrão em casos de tráfico humano, para confirmar se são de fato vítimas. Somente após essa verificação, serão liberados.
Os dois conseguiram fugir e foram resgatados após mais de três meses em cativeiro. O resgate contou com o apoio de uma ONG internacional especializada em casos desse tipo.
Em novembro do ano passado, Phelipe Ferreira foi atraído por uma proposta de emprego na Tailândia. A oferta, divulgada em uma rede social, prometia uma vaga em um call center em Bangcoc, com salário de US$ 2 mil (cerca de R$ 11,5 mil), além de comissões e a possibilidade de liderar uma equipe.
Com as passagens aéreas pagas pela suposta empresa, o brasileiro embarcou para a Tailândia. Inicialmente, ele ficou hospedado em um hotel, mas logo foi mantido em cativeiro pela rede criminosa.
Luckas, por sua vez, já tinha experiência trabalhando em cassinos no Sudeste Asiático, onde atendia clientes brasileiros. Ele havia se mudado para a Tailândia em setembro em busca de novas oportunidades profissionais. Foi então que surgiu uma oferta de emprego pelo Telegram: ele seria contratado como intérprete para brasileiros, com direito a moradia, salário de R$ 8 mil e um contrato de seis meses.
O local de trabalho seria Mae Sot, uma cidade tailandesa na fronteira com Mianmar, a seis horas de carro de Bangcoc. Assim como aconteceu com Phelipe, um motorista enviado pela suposta empresa foi buscar Luckas no meio da madrugada. Durante o trajeto, houve trocas de veículos, e o brasileiro chegou a percorrer parte do caminho de barco, cruzando a fronteira.
Desde então, as famílias de ambos vinham fazendo apelos nas redes sociais para conseguir a libertação dos jovens, temendo por sua segurança. Eles viviam uma rotina marcada por agressões, ameaças e maus-tratos, além de serem submetidos a cerca de 17 horas diárias de trabalho forçado, obrigados a aplicar golpes virtuais.