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Os incêndios na Grécia que levam à retirada de milhares de pessoas de áreas turísticas

Corfu e Eva se tornaram as mais recentes ilhas gregas a emitir uma ordem de evacuação, enquanto o país enfrenta incêndios florestais devastadores.

24 jul 2023 - 05h31
(atualizado às 05h43)
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Localizada no noroeste da Grécia, a ilha de Corfu é um destino popular entre os turistas
Localizada no noroeste da Grécia, a ilha de Corfu é um destino popular entre os turistas
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Corfu e Evia se tornaram as mais recentes ilhas gregas a emitir uma ordem de evacuação, enquanto o país enfrenta incêndios florestais devastadores.

Fotos compartilhadas pelas redes sociais mostram as chamas envolvendo Corfu, que fica a noroeste da costa da Grécia.

Um incêndio começou na parte norte da ilha, que é um destino popular entre turistas. O destino tem centenas de milhares de visitantes todos os anos.

Um porta-voz do corpo de bombeiros disse à agência de notícias AFP que quase 2,5 mil pessoas foram evacuadas de Corfu. Segundo ele, casas e hoteis não foram afetados até o momento.

Giorgos Mahimaris, prefeito na região norte de Corfu, afirmou que o incêndio na ilha tem origem criminosa. Ele fez essa declaração após visitar três locais afetados pelas chamas no Monte Pantokratoras.

Moradores e turistas evacuados por razões de segurança foram levados ao estádio Agios Markos e ao Teatro Municipal de Corfu, disse Mahimaris à agência de notícias estatal APA-MPA.

Dois helicópteros e dois aviões de combate a incêndios estão trabalhando na ação.

Barcos foram enviados para transportar os moradores por mar, detalhou um funcionário do governo.

Já em Evia, localizada na costa leste da Grécia, moradores de algumas regiões também receberam ordens de evacuação. Os habitantes de quatro aldeias — Livadi, Potami, Pernaraki e Platanisto — foram instruídos a deixar suas casas por precaução.

Rodes em chamas

Os eventos ocorridos em Corfu e Evia ocorrem depois que cerca de 19 mil pessoas foram retiradas da ilha de Rodes, que também foi atingida pelos incêndios.

Cerca de 16 mil pessoas foram evacuadas por terra e 3 mil por mar na ilha, segundo autoridades locais.

Rodes tem lutado contra incêndios florestais, que são alimentados por fortes ventos desde terça-feira (18/7), depois que a fumaça começou a envolver as áreas turísticas.

Muitos foram forçados a fugir de hotéis enquanto as chamas continuavam a se espalhar pela ilha grega.

A Grécia enfrenta uma forte onda de calor, com temperaturas superiores a 40 °C em todo o país. Os incêndios já duram quase uma semana em algumas áreas.

Um feriado nacional que estava previsto para segunda-feira (24/7) foi cancelado "dadas as condições extraordinárias que prevalecem no país devido aos incêndios", informou a presidência grega.

O Ministério de Mudanças Climáticas e Proteção Civil da Grécia disse que esta foi "a maior evacuação por causa de um incêndio florestal no país".

Milhares de turistas estavam acampados no aeroporto de Rodes no domingo (23/7), enquanto esperavam um voo para sair de lá.

Konstantia Dimoglidou, porta-voz da polícia grega, disse à agência de notícias AFP que mais de 30 mil pessoas foram evacuadas em todo o país até o momento.

Alguns turistas disseram que caminharam quilômetros sob um calor escaldante para chegar a um lugar seguro. Animais mortos e carros queimados foram vistos nas estradas.

A Grécia tem experimentado um calor abrasador nas últimas semanas, com temperaturas superiores a 40 °C em todo o país
A Grécia tem experimentado um calor abrasador nas últimas semanas, com temperaturas superiores a 40 °C em todo o país
Foto: EPA / BBC News Brasil

Pelo menos três hotéis foram destruídos na densa área florestal de Kiotari, a leste de Rodes.

O vice-prefeito de Rodes, Athanasios Vyrinis, disse que algumas pessoas dormiram em cima de caixas de papelão durante a noite e alertou que o local não conta com produtos essenciais suficientes para atender a demanda.

O serviço de bombeiros da Grécia alertou que a situação pode piorar à medida que outras localidades precisarem ser evacuadas. A entidade também apontou que a batalha para conter as chamas pode levar vários dias. Um total de 260 bombeiros, apoiados por 18 aeronaves, trabalharam no domingo (23/7).

Seis pessoas foram levadas ao hospital com problemas respiratórios. Mais tarde, todos receberam alta.

Segundo especialistas, as mudanças climáticas aumentam o risco de clima quente e seco, que provavelmente alimentará mais incêndios florestais.

O mundo já aqueceu cerca de 1,1°C desde o início da era industrial e as temperaturas continuarão a subir, a menos que os governos de todo o mundo façam cortes drásticos nas emissões de carbono.

Espanha e Itália estão entre os países mediterrâneos que também experimentaram uma onda de calor intensa nos últimos dias, enquanto partes dos Estados Unidos também registraram recordes de temperatura.

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