Indígenas exigem investigação de massacre praticado por brasileiros
Organizações indígenas exigiram nesta segunda-feira que o governo venezuelano investigue a fundo o suposto massacre praticado por garimpeiros do Brasil, em julho passado, contra nativos Yanomamis no sul da Venezuela, após uma comissão oficial não encontrar evidências do ataque.
Em um comunicado, a Coordenação de Organizações Indígenas do Amazonas (Coiam) afirma que a comissão enviada pelo governo não visitou a comunidade de Irothateri, onde teria ocorrido o massacre, "razão pela qual não pode afirmar que não há evidências".
"Solicitamos o prosseguimento da investigação sobre os fatos denunciados até que se chegue à comunidade Irotatheri (na fronteira com o Brasil), "o que permitirá determinar exatamente o que ocorreu".
"A comissão não chegou ao local do massacre", garantiu à AFP Itirio Hoariwe, vice-presidente da Horonami Organização Yanomami (HOY), que integra a Coiam e que denunciou o massacre na segunda-feira passada.Segundo a HOY, no dia 5 de julho passado garimpeiros brasileiros queimaram uma oca onde "aproximadamente 80 pessoas moravam".
No ataque, os garimpeiros teriam utilizado armas de fogo e explosivos contra a comunidade Irotatheri, disparados de um helicóptero. Neste final de semana, o governo informou não ter encontrado "qualquer evidência" do massacre, após uma visita à região de uma comissão formada por membros do Ministério Público, da polícia e do Exército venezuelanos.