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Irã denuncia EUA em Haia por 'sanções ilegais'

País pede ressarcimento por "violações do direito internacional"

17 jul 2018 - 15h15
(atualizado às 15h36)
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O Irã apresentou um denúncia contra os Estados Unidos na Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas, em Haia, para pedir um ressarcimento pela imposição de sanções "ilegais" e pelas "violações do direito internacional".

Protesto contra os Estados Unidos em Teerã, capital do Irã
Protesto contra os Estados Unidos em Teerã, capital do Irã
Foto: EPA / Ansa - Brasil

O anúncio foi feito pelo porta-voz do ministério de Relações Exteriores iraniano, Bahram Ghasemi. "O Irã apresentou uma denúncia na Corte Internacional de Justiça para que os Estados Unidos sejam responsabilizados por novamente terem imposto sanções unilaterais ilegais contra a república islâmica", disse o ministro das Relações Exteriores do país, Javad Zarif, em seu perfil no Twitter.

"O Irã está comprometido em respeitar o Estado de Direito frente ao desprezo dos Estados Unidos pela diplomacia e suas obrigações legais. É imperativo enfrentar tais práticas, que violam a lei internacional", acrescentou Zarif.

Ghasemi complementou a argumentação dizendo que os EUA violaram diversos artigos do Tratado de Amizade, firmado pelos dois países em 1955. O acordo estabeleceu regras para as relações econômicas e consulares das duas nações e, segundo o Irã, "ainda é válido no direito internacional, apesar dos 40 anos de hostilidades entre os países".

Teerã e Washington romperam relações diplomáticas desde que 52 membros da embaixada norte-americana no Irã foram mantidos como reféns, entre novembro de 1979 e janeiro de 1981, por um grupo de estudantes que ocupou o edifício.

A crise se agravou com a derrubada do xá Mohammad Reza Pahlavi, aliado dos norte-americanos, e o triunfo da Revolução Islâmica liderada pelo aiatolá Khomeini. Após a retirada unilateral dos EUA do acordo nuclear assinado em 2015 por Barack Obama, decidida por Donald Trump em maio deste ano, as sanções impostas contra o Irã voltarão a entrar em vigor em duas etapas, em agosto e novembro.

Irã, Estados Unidos, Rússia, Alemanha, China, França e Reino Unido haviam chegado a um acordo para limitar o programa nuclear iraniano a fins pacíficos, em troca da retirada de sanções internacionais multilaterais.

O governo Trump também tenta impedir empresas europeias e de outras regiões de realizarem negócios com o país islâmico. Em reação, a União Europeia, por meio de seus ministros de Relações Exteriores, voltou a destacar sua negativa unânime ao isolamento econômico do Irã e adotou medidas jurídicas para proteger suas empresas de represálias de Washington.

Além da questão nuclear, os EUA têm imposto recorrentes sanções contra o Irã por causa de seu programa de desenvolvimento de mísseis e por um suposto "apoio ao terrorismo".

Ansa - Brasil
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