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Irã derruba drone dos EUA e eleva tensão no Golfo Pérsico

Autoridades dos dois países confirmaram o abate da aeronave de vigilância, mas divergiram sobre uma questão crucial: se o drone havia violado o espaço aéreo iraniano; episódio aumenta temores de uma guerra entre as duas nações

20 jun 2019 - 09h55
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Drone americano do tipo Global Hawk
Drone americano do tipo Global Hawk
Foto: DW / Deutsche Welle

O Irã abateu um drone de vigilância dos Estados Unidos nesta quinta-feira, 20, informaram autoridades americanas e iranianas, no mais recente episódio da escalada de tensões que gerou temores de uma guerra entre os dois países. Teerã e Washington divergiram, no entanto, quanto à questão crucial: se a aeronave havia violado o espaço aéreo iraniano.

Autoridades iranianas disseram que o drone estava sobre o Irã, o que os militares americanos negaram - uma importante distinção para determinar quem está com a razão - e cada lado acusou o outro de ser o agressor.

Ambos disseram que a queda ocorreu às 4h05 desta quinta (0h05 no horário de Brasília). O drone "foi abatido por um sistema de mísseis terra-ar iraniano enquanto operava no espaço aéreo internacional sobre o Estreito de Ormuz", informou o Comando Central dos Estados Unidos em um comunicado. "Este foi um ataque não provocado em um ativo de vigilância dos EUA no espaço aéreo internacional."

No contexto das recentes trocas de ameaças entre Washington e Teerã, um ataque iraniano contra uma aeronave americana - ainda que contra um drone não tripulado - acrescenta outro ponto de discórdia à crescente lista de confrontos entre o Irã e os EUA.

Além disso o ataque acontece poucos dias depois de autoridades americanas culparem o Irã pelos recentes ataques contra navios petroleiros que também ocorreram perto do estreito de Ormuz, via vital de grande parte do petróleo do mundo, uma acusação que o Irã negou. Nenhum dos navios atingidos era operado por americanos.

Crise regional

Em outra frente na complexa luta pelo poder regional, a Arábia Saudita disse que os rebeldes houthis no Iêmen haviam lançado uma série de ataques aéreos contra o território saudita. Na guerra no Iêmen, os houthis, apoiados pelo Irã, lutam contra uma coalizão liderada pelos sauditas, apoiada pelos Estados Unidos.

Tanto a Arábia Saudita quanto os houthis disseram que o grupo havia disparado um míssil no ataque da noite de quarta-feira, uma reivindicação que não pôde ser confirmada de forma independente. Autoridades militares sauditas disseram em um comunicado que o ataque era evidência de que o Irã estava fornecendo a seus aliados iemenitas armas sofisticadas para serem usadas contra o reino.

A declaração militar saudita, divulgada pela rede estatal Al Arabiya, alegou que o ataque não causou nenhum dano ou ferimentos.

Em Washington, conselheiros da Casa Branca teriam sido convocados na noite de quarta para discutir o assunto. Sarah Huckabee Sanders, porta-voz do governo Trump, disse à imprensa que o presidente havia sido informado sobre o ataque de mísseis e que a administração estava monitorando a situação.

Justificativa de Teerã

De acordo com a imprensa iraniana, um porta-voz da chancelaria do país afirmou que o sobrevoo de um drone americano no espaço aéreo do país foi um movimento "agressivo e provocativo" de Washington. / NYT, AP, EFE e AFP

Estadão
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