Irã nega participação de Musk em soltura de jornalista italiana
'Invenção da imprensa e fantasia', disse porta-voz de ministério
O governo do Irã negou nesta quinta-feira (16) que o bilionário Elon Musk, dono de X, Tesla e SpaceX e futuro membro do governo de Donald Trump nos Estados Unidos, tenha tido algum papel na libertação da jornalista italiana Cecilia Sala, que passou 20 dias presa em Teerã e voltou para Roma em 8 de janeiro.
Segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da república islâmica, Esmail Baghaei, trata-se de uma "invenção da imprensa" e de uma "fantasia".
Na última quarta (15), o jornal americano The New York Times publicou que Musk interveio pessoalmente no caso, ao telefonar para o embaixador iraniano na ONU, Amir Saeed Iravani, pouco depois de uma viagem surpresa da premiê da Itália, Giorgia Meloni, à Flórida para se reunir com o presidente eleito Trump em 4 de janeiro.
Musk já conhecia Iravani, com quem teve uma reunião de mais de uma hora em Nova York em novembro passado para discutir formas de reduzir as tensões entre Teerã e Washington, segundo o NYT.
Futuro chefe do Departamento de Eficiência do governo, o bilionário mantém relação próxima com Meloni e participou do encontro entre a premiê e Trump em Mar-a-Lago.
"Quando Meloni visitou Mar-a-Lago, o namorado de Sala, Daniele Raineri, já tinha pedido a ajuda de Musk por meio de um intermediário", escreveu o jornal. Esse intermediário seria Andrea Stroppa, colaborador do dono do X na Itália. O bilionário, no entanto, não comentou o caso oficialmente.
Sala foi presa em 19 de dezembro, sob a acusação vaga de violar as leis islâmicas do Irã. Três dias antes, a Itália havia detido o iraniano Mohammad Abedini Najafabadi no Aeroporto de Milão-Malpensa a pedido da Justiça dos EUA, que o acusa de colaborar em um ataque com drones que matou três militares americanos em uma base na Jordânia em janeiro de 2024.
Oficialmente, as partes envolvidas sempre negaram que os casos Sala e Abedini estivessem interligados. O iraniano foi libertado em 12 de janeiro, quatro dias após a soltura da jornalista italiana. .