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Irã pede que UE acelere esforços para salvar acordo nuclear

20 ago 2018 - 09h24
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O Irã disse nesta segunda-feira que a Europa deveria acelerar os esforços para salvar o acordo nuclear de 2015 entre Teerã e grandes potências que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abandonou em maio, agora que a petroleira francesa Total descartou formalmente um grande projeto de exploração de gás no país.

Bandeiras do Irã em praça de Teerã 10/02/2012 REUTERS/Morteza Nikoubazl
Bandeiras do Irã em praça de Teerã 10/02/2012 REUTERS/Morteza Nikoubazl
Foto: Reuters

O empenho dos signatários restantes do acordo --França, Reino Unido e Alemanha, membros da União Europeia, mais China e Rússia-- em evitar um colapso total enfrenta obstáculos, já que Washington disse que qualquer empresa que fizer negócios com Teerã será proibida de fazê-los com os EUA.

"Europeus e outros signatários do acordo vêm tentando salvar o acordo... mas o processo tem sido lento. Deveria ser acelerado", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Bahram Qasemi. "O Irã depende principalmente de seus próprios recursos para superar as novas sanções da América", acrescentou, em uma coletiva de imprensa transmitida pela televisão estatal.

Os países europeus estão se apressando para fazer com que o Irã receba benefícios econômicos suficientes para persuadi-lo a permanecer no acordo, que Trump disse ser "profundamente falho".

Washington impôs novas sanções ao Irã neste mês, visando seu comércio em ouro e outros metais preciosos, compras de dólares norte-americanos e sua indústria automobilística.

As potências europeias, a China e a Rússia dizem que farão mais para incentivar seus empresários a continuarem envolvidos com o Irã, mas a ameaça de sanções dos EUA levou muitas grandes empresas a saírem da República Islâmica.

O ministro do Petróleo, Bijan Namdar Zanganeh, disse que a Total desistiu formalmente de um contrato para desenvolver o Projeto de Gás de Pars do Sul. "O processo para substituir (a Total) por outra empresa está em andamento", disse ele, segundo a TV estatal.

A Total, que assinou o acordo em 2017 com investimento inicial de 1 bilhão de dólares, não tinha comentário de imediato.

As montadoras de veículos PSA, Renault e Daimler também estão entre as que suspenderão ou descartarão planos de investimento no Irã, assim como Deutsche Bahn e Deutsche Telekom.

Trabalhando para preservar os canais financeiros com Teerã e facilitar as exportações de petróleo iranianas, a UE adotou medidas para se contrapor à retomada das sanções dos EUA, que incluem proibir cidadãos do bloco de adotá-las ou decisões judiciais relacionadas.

Washington disse que a única chance de o Irã evitar as sanções seria aceitar a oferta de Trump para negociar um acordo nuclear mais rígido. Autoridades iranianas rejeitaram a proposta.

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