Script = https://s1.trrsf.com/update-1727287672/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Mundo

Israel diz que Irã lançou mísseis contra o país; o que se sabe

Forças israelenses afirmaram na noite desta segunda-feira (30/09) ter iniciado ataque por terra 'limitado, localizado e direcionado' no sul do Líbano.

30 set 2024 - 20h06
(atualizado em 1/10/2024 às 14h00)
Compartilhar
Exibir comentários
Artilharia israelenses atinge áreas próximas a vilas no sul do Líbano, ao longo da fronteira com Israel
Artilharia israelenses atinge áreas próximas a vilas no sul do Líbano, ao longo da fronteira com Israel
Foto: ATEF SAFADI/EPA-EFE/REX/Shutterstock / BBC News Brasil

As forças militares de Israel afirmaram que o Irã lançou mísseis contra o país nesta na noite desta terça-feira (1/10), pelo horário local.

Segundo as Forças de Defesa Israelenses (IDF, na sigla em inglês), os cidadãos de Israel devem "permanecer alertas e seguir as instruções do comando" militar.

"Ao ouvir uma sirene [de ataque aéreo], procure um local protegido e permaneça lá até novas instruções."

Mais cedo, a Casa Branca havia afirmado à emissora CBS, parceira da BBC nos Estados Unidos, que os EUA tinham indícios de que o Irã está se preparando de maneira iminente para "lançar um ataque de mísseis balísticos contra Israel".

"Um ataque militar direto do Irã contra Israel terá consequências severas para o Irã", alertou uma autoridade do governo americano, acrescentando que os Estados Unidos estão apoiando táticas "para defender Israel contra este ataque".

O funcionário americano ainda teria dito à agência AFP que um ataque a Israel teria "consequências severas para o Irã".

Tropas israelenses iniciaram na noite de segunda-feira (30/9) e madrugada de terça no Líbano, no que o exército israelense chama de uma operação terrestre "limitada, localizada e direcionada" contra o Hezbollah.

Os alvos dentro do sul do Líbano representam "uma ameaça imediata às comunidades israelenses", afirmaram em nota as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês). O vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem, disse que o grupo estava pronto para uma ofensiva terrestre israelense e que a batalha "pode ser longa".

O porta-voz árabe das Forças de Defesa de Israel, Avichay Adraee, acusou o Hezbollah de usar a população civil como escudo para lançar ataques no sul do Líbano. Ele fez um alerta para civis libaneses evitarem usar veículos para viajar para o sul do país através do rio Litani, onde há bombardeios.

O Hezbollah anunciou que disparou artilharia na área de Avivim, no norte de Israel, perto da fronteira com o Líbano.

Antes disso, o Hezbollah disse ter atacado tropas israelenses na cidade fronteiriça israelense de Metula. As IDF afirmam que vários alertas foram ativados na área, onde "cerca de cinco lançamentos" de artilharia foram detectados. O exército israelense declarou as áreas ao redor de Metula, Misgav Am e Kfar Giladi no norte de Israel como "zona militar fechada", proibindo o acesso à área.

Soldados israelenses próximos à fronteira com o Líbano na segunda-feira
Soldados israelenses próximos à fronteira com o Líbano na segunda-feira
Foto: ATEF SAFADI/EPA-EFE/REX/Shutterstock / BBC News Brasil

O início da incursão terrestre no Líbano foi anunciada por Israel na noite de segunda-feira, em meio à escalada de tensões no Oriente Médio.

As forças israelenses afirmaram que a incursão tem caráter "limitado, localizado e direcionado". A ação mira o Hezbollah, um partido político xiita e grupo armado com forte influência no Líbano.

"De acordo com a decisão do escalão político, algumas horas atrás, as IDF começaram ataques terrestres limitados, localizados e direcionados com base em inteligência calculada contra alvos terroristas do Hezbollah e sua infraestrutura no sul do Líbano", disse a força israelense em postagem na rede social X.

A postagem afirma que os alvos estão em vilarejos israelenses próximos à fronteira com Israel e representariam "uma ameaça imediata às comunidades israelenses no norte de Israel".

As IDF disseram que suas tropas foram treinadas e preparadas "nos últimos meses" para esse tipo de incursão, e que a Força Aérea está dando apoio à ação.

O vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem, disse mais cedo, antes da incursão, que o grupo estava pronto para uma ofensiva terrestre, algo que Israel vem insinuando há dias.

Foi o primeiro discurso de uma autoridade de alto escalão desde que Israel matou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, na sexta-feira (27/9), acirrando ainda mais o conflito.

Anna Foster, repórter da BBC que está em Beirute, afirmou que os efeitos da incursão no Oriente Médio ainda são imprevisíveis — uma das incógnitas é sobre a própria possibilidade de reação do Hezbollah, já que o grupo foi fortemente atingido por ataques de Israel nas últimas semanas.

Mas Foster apontou alguns cenários possíveis.

Explosões em subúrbio de Beirute na noite de segunda para terça-feira
Explosões em subúrbio de Beirute na noite de segunda para terça-feira
Foto: Reuters / BBC News Brasil

"Se [o Hezbollah] tiver poder de fogo suficiente, pode eventualmente atacar cidades no interior de Israel", escreveu a repórter.

"Outros representantes do Irã na região, como os Houthis no Iêmen ou milícias na Síria e no Iraque, podem tentar atingir alvos israelenses ou locais mais próximos de casa, como bases militares dos EUA próximas."

Outra possibilidade seria o Irã tentar um ataque a Israel, como fez em abril com ataques aéreos que foram interceptados.

"Todas essas respostas podem acontecer, ou nenhuma delas", diz a jornalista.

O ministro da defesa de Israel, Yoav Gallant, disse anteriormente às tropas perto da fronteira libanesa que elas estavam preparadas para usar forças "do ar, mar e terra".

Mais cedo nesta segunda-feira, Israel emitiu um aviso ordenando a evacuação de moradores de Dahieh, o reduto do Hezbollah nos subúrbios ao sul de Beirute.

O aviso foi seguido por uma série de ataques à capital do Líbano — o primeiro ocorrendo menos de 30 minutos após o alerta israelense.

Muitos moradores de Dahieh já estão desalojados e alguns deles estão dormindo na rua, por não ter abrigo.

Nafiseh Kohnavard, repórter da BBC que está em Beirute, relatou que a capital está vivendo mais uma noite (de segunda para terça-feira) em claro, por conta dos ataques.

"A cada poucos minutos, escuto explosões barulhentas — algumas mais que as outras. Da minha sacada, posso ver colunas de fumaça", contou a repórter.

"Meus vizinhos estão todos acordados e, a cada explosão, correm para a sacada para ver que lugar o ataque aéreo atingiu."

Funeral de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah
Funeral de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah
Foto: Reuters / BBC News Brasil

O porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Matthew Miller, disse mais cedo na segunda-feira que os esforços diplomáticos são por um cessar-fogo de 21 dias entre Israel e o Hezbollah, algo defendido pelo presidente Joe Biden.

Em uma entrevista coletiva em Washington, o presidente foi questionado se ele estava ciente e confortável com o plano de Israel de lançar uma "operação limitada no Líbano".

Biden respondeu: "Estou mais ciente do que você pode imaginar e estou certo de que vão parar."

Ele acrescentou: "Deveria haver um cessar-fogo agora."

Autoridades libanesas dizem que mais de 1.000 pessoas foram mortas nas últimas duas semanas em meio aos ataques e bombardeios de Israel, e até um milhão de pessoas precisaram ser deslocadas.

A escalada da tensão teve início em 17 e 18 de setembro, quando ocorreram explosões de pagers e walkie-talkies no Líbano, matando mais de 30 pessoas e deixando mais de 2 mil feridos.

O Líbano e o Hezbollah responsabilizaram Israel pela explosão dos aparelhos.

Os dias que se seguiram representaram uma série de reveses catastróficos para o Hezbollah, incluindo uma série de bombardeios.

Na sexta-feira (27), o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, morreu após ataques israelenses em Beirute.

No sábado (28), Israel anunciou ter matado outras 20 lideranças em novos ataques.

BBC News Brasil BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade