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Irã tenta acalmar preocupações nucleares conforme ONU adverte sobre enriquecimento de urânio

22 jan 2025 - 15h18
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O Irã emitiu uma mensagem conciliatória a líderes ocidentais em Davos nesta quarta-feira, com uma autoridade de alto escalão negando que o país queira armas nucleares e oferecendo conversas sobre oportunidades dias após o retorno de seu grande adversário, Donald Trump, à Casa Branca.

Mas os comentários do vice-presidente do Irã para Assuntos Estratégicos, Mohammad Javad Zarif, coincidiram com um alerta do órgão de supervisão nuclear da ONU de que Teerã está "pisando no acelerador" no enriquecimento de urânio quase até o nível de armamento.

O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, pediu diplomacia entre Irã e Trump, que, em seu primeiro mandato, retirou os EUA de um acordo nuclear que impunha limites rígidos às atividades atômicas iranianas.

Questionado sobre a importância de diálogo entre o governo iraniano e Trump neste momento, Grossi respondeu em Davos: "Absolutamente indispensável"

"Sem o diálogo deles, não haverá nenhum progresso", disse, durante um painel de discussão com a imprensa.

Enquanto isso, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o Irã deve dar o primeiro passo para melhorar as relações com os países do Oriente Médio e os EUA, deixando claro que não pretende desenvolver armas nucleares.

As falas de Zarif pareciam ter o objetivo de acalmar essas preocupações, em meio a temores de que o Oriente Médio esteja caminhando para mais uma guerra com o retorno de um presidente dos EUA que, durante seu primeiro governo, colocou Teerã como seu principal vilão na política externa.

"SEGUIR EM FRENTE"

Zarif rejeitou a ideia de que Teerã busca armas nucleares e sinalizou apoio à ideia de usar o diálogo para melhorar as relações entre o Irã e seus críticos no Ocidente.

"Sempre há esperança de que as pessoas escolham a racionalidade. Espero que, desta vez, um 'Trump 2' seja mais sério, mais focado, mais realista", afirmou Zarif em um painel, acrescentando que a República Islâmica não representa uma ameaça à segurança do mundo.

"Agora, para nós, é o momento de seguir em frente. Temos visto nosso entorno como uma ameaça, por causa de nossa história. Agora... ninguém pensa no Irã como um lugar tão fácil para realizar seus caprichos. Portanto, podemos seguir em frente, com base em oportunidades, e não em ameaças. Então, vamos conversar sobre isso."

ENRIQUECIMENTO

Grossi disse no mês passado que o Irã havia informado à AIEA que aceleraria "drasticamente" o enriquecimento de urânio para até 60% de pureza, mais próximo dos cerca de 90% de grau de armamento.

As potências ocidentais classificaram a medida como uma grave escalada e disseram que não havia justificativa civil para o enriquecimento até esse nível e que nenhum outro país havia feito isso sem produzir armas nucleares. O Irã afirmou que seu programa é totalmente pacífico e que tem o direito de enriquecer urânio em qualquer nível que desejar.

"Antes, o Irã produzia mais ou menos sete quilos (de urânio enriquecido a até 60%) por mês, e agora está produzindo mais de 30 ou mais. Portanto, acho que essa é uma indicação clara de uma aceleração. Eles estão pisando no acelerador", disse Grossi na reunião anual do Fórum Econômico Mundial nesta quarta-feira.

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