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Mundo

Irmão de policial morto em Paris pede fim da islamofobia

'Ele foi morto por pessoas que fingiam ser muçulmanas', diz irmão de policial assassinado

10 jan 2015 - 16h59
(atualizado às 19h28)
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<p>Malek Merabet fez apelo pelo fim da islamofobia e do extremismo religioso</p>
Malek Merabet fez apelo pelo fim da islamofobia e do extremismo religioso
Foto: AFP

O irmão do policial Ahmed Merabet, assassinado enquanto agonizava na calçada por atiradores que haviam invadido momentos antes a revista satírica Charlie Hebdo, afirmou que ele foi morto por "pessoas que fingiam ser muçulmanas".

A morte de Merabet, que era muçulmano, foi gravada em vídeo e se tornou rapidamente símbolo da crueldade do ataque à redação do semanário.

Em entrevista coletiva a jornalistas neste sábado, Malek Merabet definiu seu irmão como "um francês de origem argelina e de confissão muçulmana, muito orgulhoso de representar a polícia francesa e de defender os ideais da República: liberdade, igualdade e fraternidade".

Muito emocionado, ele falou que Ahmed "tinha a vontade de envelhecer com sua mãe e seus entes queridos após o falecimento de seu pai há 20 anos".

Em vídeo, tiros são ouvidos em ataque a revista em Paris:

"Pilar da família, suas responsabilidades não o impediam de ser um filho protetor, um irmão provocador, um tio afetuoso, e um companheiro amoroso", afirmou Malek.

Ele aproveitou para fazer um apelo pelo fim da islamofobia e do extremismo religioso.

"Arrasados por este ato bárbaro, nós nos unimos a todas as famílias das vítimas", disse. "Quero me endereçar a todos os racistas, islamofóbicos e antissemitas: não se pode misturar os extremistas e os muçulmanos. Os loucos não têm cor ou religião".

"Parem de fazer guerra, criar confusão, incendiar mesquitas ou sinagogas, ou atacar as pessoas. Isso não trará os mortos de volta ou apaziguará as famílias", concluiu.

Atentados, assassinatos, sequestros e perseguições em Paris

A sede da revista Charlie Hebdo, em Paris, foi alvo de um ataque que matou 12 pessoas no dia 7 deste mês. De acordo com testemunhas, dois homens encapuzados invadiram a redação armados de fuzis e, enquanto atiravam nas pessoas que trabalhavam no local, gritaram “vamos vingar o profeta” e Allah akbar (Alá é grande). O semanário já havia sofrido diversas ameaças por publicar charges e caricaturas da figura religiosa de Maomé.

O atentado causou comoção no mundo todo. Manifestações foram organizadas com cartazes escritos "je suis Charlie" (Sou Charlie) e mãos empunhando lápis, o material de trabalho dos quatro cartunistas mortos no episódio.

Cidades da França entraram em alerta máximo para ataque terrorista e 88 mil homens das forças de segurança iniciaram uma caçada aos envolvidos no atentado. Nove pessoas foram presas no dia seguinte. Os irmãos nascidos em Paris e de pais argelinos Cherif Kuachi, 32 anos, e Said Kuachi, de 34, foram identificados como os autores dos disparos. O primeiro já havia sido condenado, em 2008, por ter atuado num grupo que enviava jihadistas ao Iraque.

Na sexta-feira (9), a polícia fechou o cerco após os dois irmãos, que estavam foragidos, roubarem um carro e invadirem uma fábrica na cidade de Dammartin-en-Goële, ao norte de Paris, onde mantiveram um refém.

Ao mesmo tempo, no leste de Paris, o casal Hayat Boumediene e Amedy Coulibaly mataram três pessoas em um mercado judaico e fizeram outras dez reféns. Coulibaly, que conheceria um dos irmãos Kuachi, foi identificado pela polícia como o autor dos disparos que mataram uma policial na periferia de Paris no dia anterior.

Após horas de negociações, ambos os lugares foram invadidos pela polícia. Em Dammartin-en-Goële, os irmãos foram mortos e o refém liberado. No mercado, um sequestrador foi morto, assim como um refém, e a outra terrorista permanece foragida. 

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