Israel liberta prisioneiros após adiamento devido a entrega caótica de reféns em Gaza
O Hamas libertou nesta quinta-feira três israelenses e cinco tailandeses que eram mantidos como reféns em Gaza, e Israel iniciou a libertação de 110 prisioneiros palestinos depois de adiar o processo devido a cenas caóticas em um dos pontos de entrega, onde grande multidão se aglomerou em torno dos reféns.
Arbel Yehud, de 29 anos, sequestrada no Kibbutz Nir Oz durante o ataque liderado pelo Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, parecia amedrontada e se esforçava para caminhar em meio a uma multidão crescente enquanto militantes armados a entregavam à Cruz Vermelha em uma cena tensa na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza.
Outro refém israelense, Gadi Moses, de 80 anos, também foi libertado junto com cinco cidadãos tailandeses que trabalhavam em fazendas israelenses perto de Gaza quando os militantes romperam a cerca da fronteira.
A mãe de um dos tailandeses assistiu a uma transmissão ao vivo da cena, ansiosa, de sua casa na província de Udon Thani, no nordeste do país.
"Por favor, deixem meu filho sair agora, quero ver o rosto dele", disse Wiwwaro Sriaoun, 53 anos, enquanto a filmagem em seu telefone mostrava um veículo movendo-se lentamente em meio à multidão.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que a visão da entrega dos reféns em meio à multidão era chocante e ameaçou de morte qualquer pessoa que os ferisse.
Após pedir aos mediadores que garantissem que a cena não se repetisse, o gabinete do primeiro-ministro informou que os mediadores se comprometeram a garantir a passagem segura dos reféns em futuras libertações.
Mais tarde na quinta-feira, ônibus chegaram à cidade de Ramallah, na Cisjordânia, transportando alguns dos 110 prisioneiros palestinos que deveriam ser libertados como parte do acordo em fases deste mês que interrompeu os combates no território costeiro destruído.
Netanyahu e o ministro da Defesa, Israel Katz, disseram que ordenaram o atraso nas libertações "até que a saída segura de nossos reféns nas próximas fases fosse garantida".
Autoridades de saúde palestinas disseram que pelo menos 14 palestinos foram feridos por fogo israelense, alguns com balas reais e de borracha, outros por inalação de gás, enquanto se reuniam na entrada de Ramallah, na Cisjordânia ocupada por Israel, para dar as boas-vindas aos detidos libertados. Não houve comentários imediatos de Israel.
Mais cedo, em Jabalia, no norte de Gaza, uma soldado israelense, Agam Berger, vestindo um uniforme verde-oliva, foi conduzida por um beco estreito entre prédios altamente danificados e sobre pilhas de entulho antes de ser entregue à Cruz Vermelha.
"Nossa filha é forte, fiel e corajosa", informou uma nota de sua família. "Agora Agam e nossa família podem começar o processo de cura, mas a recuperação não estará completa até que todos os reféns voltem para casa."
Um vídeo divulgado pelo gabinete de Netanyahu mostrou uma Berger pálida, chorando e sorrindo, sentada no colo de sua mãe.
Netanyahu foi criticado em Israel por não ter fechado um acordo com os reféns antes, após a falha de segurança que possibilitou o ataque do Hamas em 7 de outubro.
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