Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Israel ataca Rafah após Hamas aceitar proposta de cessar-fogo

Detalhes do plano ainda não foram divulgados, incluindo a duração da possível trégua ou o que ela significaria para a situação dos reféns isralenses mantidos em Gaza.

6 mai 2024 - 14h21
(atualizado às 22h37)
Compartilhar
Exibir comentários
Explosão em Gaza
Explosão em Gaza
Foto: Reuters / BBC News Brasil

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) anunciaram nesta segunda-feira (6/5) que estão fazendo ataques contra "alvos específicos" no leste da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.

As forças israelenses garantem que não se trata de um ataque em ampla escala. Em resposta, facções armadas em Gaza atiraram foguetes contra o sul de Israel nesta segunda-feira.

Os ataques aconteceram pouco depois de o grupo palestino Hamas ter indicado que aceitava os termos de uma proposta de cessar-fogo com Israel negociada pelos governos de Egito e Catar.

Entretanto, Israel rejeitou a proposta, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que os termos aceitos pelo Hamas estão longe de corresponder "às demandas de Israel".

Representantes do governo israelense devem viajar para o Egito nesta terça-feira (7) para uma nova rodada de negociações.

Internamente, o governo Netanyahu está sendo pressionado para assinar um acordo que permita a volta de reféns israelenses que foram sequestrados pelo Hamas.

Houve uma manifestação em Tel Aviv exigindo a libertação dos reféns.

O que estaria previsto no acordo

Um funcionário palestino de alto escalão, familiarizado com o acordo de cessar-fogo, diz que o Hamas concordou em pôr fim à "atividade hostil para sempre" se as condições da trégua fossem cumpridas.

Segundo Rushdi Abualouf, correspondente da BBC em Gaza, a frase sugere que o Hamas pode estar contemplando o fim da sua luta armada, embora não tenham sido fornecidos mais detalhes.

O acordo aceito pelo grupo prevê um cessar-fogo em duas fases, com duração de 42 dias cada.

A primeira fase incluiria a libertação de mulheres soldados israelenses mantidas como reféns em troca de 50 prisioneiros palestino cada, incluindo alguns que cumprem penas de prisão perpétua.

Durante este período, as tropas israelenses permaneceriam em Gaza — mas, dentro de 11 dias, após a entrada em vigor do cessar-fogo, Israel deverá começar a desmantelar suas instalações militares no centro da Faixa de Gaza e deverá se retirar da Estrada Salahuddin e da Estrada Costeira.

Após 11 dias, os palestinos seriam autorizados a regressar ao norte da Faixa de Gaza.

A segunda fase terminaria com um "longo período sustentável de calma" e a retirada completa do bloqueio a Gaza, informa o correspondente da BBC.

Operação em Rafah

O Exército israelense ordenou aos palestinos que abandonassem algumas áreas a leste da cidade de Rafah, antecipando uma operação "limitada" no sul da Faixa de Gaza.

Cerca de 100 mil pessoas foram orientadas nesta segunda-feira a dirigir-se para uma "zona humanitária ampliada" em Khan Yunis e Al-Mawasi.

A Organização das Nações Unidas (ONU) e os Estados Unidos alertam que um ataque a Rafah, onde mais de um milhão de palestinos já deslocados se refugiam, poderá ter consequências catastróficas.

Um funcionário do alto escalão do Hamas, Sami Abu Zuhri, disse à agência Reuters que a ordem israelense representa "uma escalada perigosa que terá consequências".

Netanyahu insiste há meses que a vitória contra o Hamas não pode ser alcançada sem uma ofensiva em grande escala em Rafah.

De acordo com seu governo, os quatro batalhões restantes do Hamas, totalizando milhares de combatentes, estão escondidos lá.

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, descreveu a ordem de evacuação desta segunda-feira como "inaceitável".

"A UE, juntamente com a comunidade internacional, pode e deve agir para evitar este cenário", escreveu ele no X.

O presidente dos EUA, Joe Biden, falou por telefone com Netanyahu sobre Rafah nesta segunda-feira.

Biden "reiterou sua posição clara" de que não apoia uma invasão de Rafah sem um plano para ajudar os civis que estão ali abrigados.

De acordo com a Casa Branca, Netanyahu "concordou em garantir que a passagem de fronteira de Kerem Shalom esteja aberta para ajuda humanitária aos necessitados".

No local, quatro soldados israelenses foram mortos no domingo (05) em um ataque com foguetes do Hamas.

Na tarde de segunda-feira, Israel anunciou que está realizando ataques a "alvos específicos" em Rafah, mas não deu mais detalhes.

BBC News Brasil BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade