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Israel diz ter matado 2º comandante do Hamas em campo de refugiados; primeiros civis deixam Gaza

Prosseguindo com sua ofensiva contra os militantes do Hamas, Israel bombardeou novamente a densamente povoada Faixa de Gaza.

1 nov 2023 - 18h10
(atualizado às 18h39)
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Palestinos procuram vítimas após ataque israelense a campo de refugiados de Jabalia
Palestinos procuram vítimas após ataque israelense a campo de refugiados de Jabalia
Foto: Reprodução/Reuters

As forças israelenses mataram outro comandante do Hamas nesta quarta-feira,1º, em seu segundo ataque ao maior campo de refugiados de Gaza em dois dias, disseram autoridades militares de Israel, enquanto o primeiro grupo de civis retirados do enclave sitiado cruzou para o Egito.

Prosseguindo com sua ofensiva contra os militantes do Hamas, Israel bombardeou novamente a densamente povoada Faixa de Gaza por terra, mar e ar como parte de sua campanha para destruir o grupo islâmico após um ataque mortal ao sul de Israel em 7 de outubro.

Palestinos vasculharam os escombros em uma busca desesperada por pessoas presas embaixo deles após o ataque israelense de quarta-feira ao campo de refugiados de Jabalia, localizado na expansão urbana ao norte de Gaza. "É um massacre", disse uma testemunha do ataque.

Não houve informações imediatas sobre possíveis vítimas da segunda explosão, que ocorreu um dia depois de autoridades de saúde palestinas afirmarem que um ataque aéreo israelense matou cerca de 50 pessoas e feriu outras 150.

Mais tarde, as forças militares israelenses emitiram um comunicado dizendo que seus caças atingiram um complexo de comando e controle do Hamas em Jabalia "com base em informações precisas", matando o chefe da unidade de mísseis antitanque do grupo islâmico, Muhammad A'sar.

"O Hamas constrói deliberadamente a sua infraestrutura terrorista sob, ao redor e dentro de edifícios civis, colocando intencionalmente em perigo os civis de Gaza", afirmou o comunicado.

Israel disse que o ataque de terça-feira no mesmo campo matou Ibrahim Biari, que disse ser o líder do que chamou de "ataque terrorista assassino" de 7 de outubro.

As pessoas retiradas para o Egito estavam encurraladas em Gaza desde o início da guerra, há mais de três semanas. Eles foram conduzidos pela fronteira de Rafah e passaram por verificações de segurança, disseram autoridades.

O médico Fathi Abu al-Hassan, portador de passaporte norte-americano, descreveu as condições infernais dentro de Gaza sem água, comida ou abrigo.

"Abrimos os olhos para os mortos e fechamos os olhos para os mortos", disse ele enquanto esperava para cruzar para o Egito. "Se isso acontecer em qualquer outro país... mesmo no deserto, (as pessoas) se unirão para nos (ajudar)", disse ele.

Os retirados de quarta-feira incluíam pelo menos 320 dos 500 de uma lista inicial de portadores de passaportes estrangeiros, assim como dezenas de moradores de Gaza gravemente feridos, disseram fontes egípcias e uma autoridade palestina, os primeiros beneficiários do acordo negociado entre Egito, Israel e o Hamas.

Pelo menos 49 médicos retirados chegaram ao Egito, disse mais tarde o governador da província egípcia do Sinai a repórteres.

MAIS SAÍDAS

Nahed Abu Taeema, diretor do Hospital Nasser de Gaza, disse à Reuters que 19 pacientes gravemente feridos do seu hospital estariam entre os retirados, pois necessitavam de "cirurgias avançadas que não podem ser feitas aqui devido à falta de capacidades, especialmente mulheres e crianças".

Autoridades da fronteira de Gaza disseram que a fronteira seria reaberta na quinta-feira para permitir a saída de mais pessoas de uma lista de portadores de passaporte estrangeiro. Uma fonte diplomática informada sobre os planos egípcios disse que cerca de 7.500 portadores de passaportes estrangeiros seriam retirados de Gaza ao longo de cerca de duas semanas.

Israel enviou forças terrestres para a Faixa de Gaza governada pelo Hamas no final da semana passada, após semanas de ataques aéreos e de artilharia em retaliação ao ataque surpresa do Hamas, no qual 1.400 israelenses principalmente civis, foram mortos num único dia, dizem autoridades de Israel.

O Ministério da Saúde de Gaza afirma que pelo menos 8.796 palestinos no estreito enclave costeiro, entre eles 3.648 crianças, foram mortos por ataques israelenses desde 7 de outubro.

O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse na quarta-feira que Washington não acredita que o Hamas possa estar envolvido no futuro governo de Gaza quando a guerra terminar.

Kirby também disse que, apesar do crescente número de mortes de civis em Gaza, os Estados Unidos não acreditam que agora seja o momento para um cessar-fogo geral, mas que são necessárias pausas humanitárias nas hostilidades.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, viajará para Israel e Jordânia na sexta-feira, disse o Departamento de Estado. Sua viagem incluirá negociações com Netanyahu para uma atualização dos objetivos militares de Israel, afirmou.

Apesar do avanço na frente humanitária, aviões de guerra, barcos de guerra e artilharia israelenses atacaram Gaza na quarta-feira, infligindo mais vítimas entre a população civil, disseram residentes palestinos.

Os hospitais lutaram para lidar com as paralisações forçadas pela escassez de combustível, algo que Israel se recusou a permitir que comboios humanitários levassem para o enclave destruído, alegando preocupação de que seria desviado para combatentes do Hamas.

As condições humanitárias desesperadas têm causado preocupação em todo o mundo, à medida que os alimentos, o combustível, a água potável e os medicamentos se esgotam.

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