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Israel e Hamas fecham acordo de cessar-fogo em Gaza e libertação de reféns, dizem fontes à BBC

Fonte próxima das negociações afirmou que o acordo foi fechado após reunião do primeiro-ministro do Catar com negociadores do Hamas e, separadamente, negociadores israelenses.

15 jan 2025 - 15h01
(atualizado às 15h41)
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Logo após a notícia do cessar-fogo, moradores de Gaza e de Israel foram para as ruas celebrar o acordo
Logo após a notícia do cessar-fogo, moradores de Gaza e de Israel foram para as ruas celebrar o acordo
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Israel e o Hamas fecharam um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns, disse uma fonte próxima das negociações à BBC News.

A fonte afirmou que o acordo foi fechado após a reunião do primeiro-ministro do Catar com negociadores do Hamas e, separadamente, negociadores israelenses.

O acordo também foi confirmado nas redes sociais pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump: "Temos um acordo para os reféns no Oriente Médio. Eles serão libertados em breve", escreveu.

De acordo o serviço de verificação da BBC, dos 251 reféns capturados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, 94 continuam em Gaza — acredita-se que 60 estejam vivos e 34, mortos.

Ainda não foram divulgados os detalhes do acordo, mas o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o Hamas "cedeu" devido à "postura firme" do líder israelense contra as demandas de última hora relacionadas ao posicionamento de forças no chamado Corredor Filadélfia, entre Gaza e Egito.

No entanto, o gabinete de Netanyahu destacou que "ainda há várias cláusulas não resolvidas" no acordo que precisam ser tratadas.

A expectativa é de que os detalhes sejam finalizados nas próximas horas.

Segundo o correspondente da BBC em Gaza, Rushdi Abualouf, o acordo permitirá que centenas de milhares de pessoas deslocadas voltem para suas casas, vilas e cidades na Faixa de Gaza.

O acordo incluiria a entrada de 600 caminhões de ajuda humanitária por dia de cessar-fogo com suprimentos médicos, incluindo tendas, vindos da fronteira de Rafah com o Egito.

Também devem estar inclusos 50 caminhões de combustível para operar os hospitais que ainda estão funcionando, consertar as estações de energia e reparar os sistemas de esgoto e água.

Logo após a notícia do cessar-fogo, moradores de Gaza e de Israel foram para as ruas celebrar o acordo.

Palestinos celebram em Gaza após divulgação do acordo de cessar-fogo
Palestinos celebram em Gaza após divulgação do acordo de cessar-fogo
Foto: REUTERS/Hatem Khaled / BBC News Brasil

Detalhes do acordo

O esboço deste acordo já havia sido amplamente divulgado e envolve várias fases, escreve Jonah Fisher, repórter da BBC em Jerusalém.

A primeira fase envolveria um cessar-fogo inicial de seis semanas. Durante esse período, o Hamas libertaria 33 dos reféns capturados no ataque de 7 de outubro. Não está claro quantos desses 33 ainda estão vivos.

Em troca de cada refém libertado, Israel soltaria dezenas de prisioneiros palestinos.

Israel retiraria seus soldados das áreas mais densamente povoadas da Faixa de Gaza, movendo-os para uma zona de segurança no lado leste.

Mais ajuda e combustível seriam permitidos imediatamente — e haveria um retorno organizado dos 2 milhões de deslocados de Gaza para suas casas ou que restou delas.

Ainda há um grupo de reféns israelenses — homens em idade militar — que não faria parte da primeira liberação e ficaria para outra rodada de negociações, que deveria começar 16 dias após o início do cessar-fogo.

É então que questões fundamentais sobre o futuro da Faixa de Gaza — como quem irá governá-la e se Israel se retirará completamente — deverão ser abordadas.

Trump celebra cessar-fogo

Na rede social Truth Social, Donald Trump declarou que o "acordo épico de cessar-fogo só poderia ter acontecido como resultado de nossa vitória histórica em novembro", referindo-se à sua eleição nos EUA.

Ele afirmou que sua volta para a Casa Branca sinalizou ao mundo que sua administração "buscará a paz e negociará acordos para garantir a segurança de todos os americanos e de nossos aliados".

Trump disse estar "entusiasmado" com o retorno de reféns americanos e israelenses para casa.

Segundo análise de Tom Bateman, repórter que cobre o Departamento de Estado americano em Washington para a BBC, "a transição para a presidência de Trump e o prazo iminente de sua posse — em 20 de janeiro — efetivamente deram um prazo para essas negociações".

"Ambos os lados sabiam que os termos atualmente propostos, garantidos pelos Estados Unidos, poderiam enfrentar muita incerteza após essa data", disse.

Manifestantes que pedem libertação de reféns e fim da Guerra em Gaza celebram em Tel Aviv, em Israel
Manifestantes que pedem libertação de reféns e fim da Guerra em Gaza celebram em Tel Aviv, em Israel
Foto: REUTERS/Ronen Zvulun / BBC News Brasil
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