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Israel mata pelo menos 40 pessoas em Gaza, e os tanques intensificam o ataque no norte do país

15 out 2024 - 08h32
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Ataques militares israelenses mataram pelo menos 40 palestinos em toda a Faixa de Gaza nesta terça-feira, enquanto as forças israelenses apertavam o cerco em torno de Jabalia, no norte do enclave, em meio a ferozes batalhas com combatentes liderados pelo Hamas.

Autoridades de saúde palestinas disseram que pelo menos 11 pessoas foram mortas por fogo israelense perto de Al-Falouja em Jabalia, o maior dos oito campos de refugiados históricos de Gaza, enquanto outras 10 foram mortas em Bani Suhaila, no leste de Khan Younis, no sul, quando um míssil israelense atingiu uma casa.

Mais cedo nesta terça-feira, um ataque aéreo israelense destruiu três casas no subúrbio de Sabra, na Cidade de Gaza, e o serviço de emergência civil local disse ter recuperado dois corpos do local, enquanto a busca continuava por outras 12 pessoas que, acredita-se, estavam nas casas no momento do ataque.

Outras cinco pessoas foram mortas quando uma casa foi atingida no campo de Nuseirat, no centro de Gaza.

Jabalia tem sido o foco de uma ofensiva israelense há mais de 10 dias, com as tropas retornando às áreas do norte que foram submetidas a um pesado bombardeio nos primeiros meses da guerra que já dura um ano.

A operação levantou preocupações entre os palestinos e as agências da Organização das Nações Unidas (ONU) de que Israel quer retirar os moradores do norte do enclave lotado, uma acusação que foi negada.

O escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas disse nesta terça-feira que os militares israelenses pareciam estar "isolando completamente o norte de Gaza do resto da Faixa de Gaza".

"Em meio a hostilidades intensas e ordens de evacuação no norte de Gaza, as famílias estão enfrentando medo inimaginável, perda de entes queridos, confusão e exaustão. As pessoas devem ser capazes de fugir com segurança, sem enfrentar mais perigos", disse Adrian Zimmerman, chefe da subdelegação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Gaza, em um comunicado.

"Muitos, inclusive os doentes e deficientes, não podem sair e permanecem protegidos pelo Direito Internacional Humanitário -- todas as precauções possíveis devem ser tomadas para garantir que não sejam feridos. Toda pessoa deslocada tem o direito de voltar para casa em segurança", acrescentou.

Os militares israelenses já cercaram o campo de Jabalia e enviaram tanques para as cidades vizinhas de Beit Lahiya e Beit Hanoun, com o objetivo declarado de eliminar os combatentes do Hamas que estariam tentando se reagrupar ali.

Os militares israelenses pediram aos moradores que deixassem suas casas e se dirigissem à segurança no sul de Gaza. Autoridades palestinas e da ONU afirmam que não há lugar seguro em Gaza.

As autoridades israelenses disseram que as ordens de retirada tinham como objetivo separar os combatentes do Hamas dos civis e negaram que houvesse qualquer plano sistemático para retirar os civis de Jabalia ou de outras áreas do norte.

O braço armado do Hamas disse que os combatentes estavam envolvidos em batalhas ferozes com as forças israelenses em Jabalia e arredores.

Zimmerman também pediu que as instalações de saúde no norte fossem protegidas, dizendo que os hospitais de lá estavam lutando para prestar serviços médicos.

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