Israel quer construir mais de 2 mil casas na Cisjordânia
Palestinos denunciam 'total violação do direito internacional'
A Comissão de Planejamento da Administração Civil do Ministério da Defesa de Israel aprovou a construção de 2.166 novas casas no território da Cisjordânia, informou o governo nesta quarta-feira (14). A medida deve ser ratificada nesta quinta-feira (15) em nova reunião.
A medida é a primeira liberação para construções do tipo em oito meses e é a primeira que surge após a assinatura de um acordo diplomático entre Israel, Bahrein e Emirados Árabes Unidos.
Enquanto a medida foi comemorada por aliados políticos do premier Benjamin Netanyahu, foi duramente criticada por entidades internacionais e pelos palestinos.
Para a ONG israelense Peace Now, o projeto prevê obras em locais que o país deveria evacuar. "Ao invés de valer-se dos acordos com os países do Golfo para promover a paz com os palestinos, Netanyahu altera as prioridades nacionais e marcha a todo vapor para uma anexação da Cisjordânia", disse a entidade em nota.
Já o porta-voz da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Nabil Rudeinah, afirmou que a medida "viola todas as resoluções da Organização das Nações Unidas, incluindo a última delas, que considera todas as colônias nos territórios palestinos como ilegais".
"Isso é uma loucura. O governo de Benjamin Netanyahu está determinado em continuar na sua política de assentamentos para roubar terras palestinas, no silêncio internacional, na normalização e no cego apoio de [Donald] Trump", finalizou.
A construção das colônias israelenses vem sendo acelerada desde a eleição do presidente norte-americano, em 2016, e é alvo de muitas críticas por violar o direito internacional. Até mesmo o Supremo israelense já considerou uma lei que permitia os assentamentos como inconstitucional. Segundo dados do governo, quase meio milhão de israelenses moram em terras palestinas. .