Itália apresentará ação judicial contra Pfizer nesta segunda
Empresa reduziu unilateralmente a distribuição das vacinas
O governo da Itália informou que a Advocacia-Geral do Estado apresentará nesta segunda-feira (25) uma denúncia formal contra a farmacêutica Pfizer por conta do atraso nas entregas da vacina contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2).
"Os gabinetes da comissária confirmaram e nos comunicaram que hoje o Ministério Público fará uma denúncia contra a Pfizer, porque é bastante claro que o plano de vacinação que tínhamos planejado em conjunto com a UE deve ser respeitado", declarou a ministra de Infraestrutura e Transportes, Paola De Micheli, à Rai1.
Na semana passada, a administração de Giuseppe Conte já havia acionado a Advocacia-Geral do Estado para verificar um possível descumprimento do contrato e avaliar possíveis ações para proteger os interesses do país e dos cidadãos.
O acordo com a Pfizer previa o fornecimento de 562.770 doses à Itália nos últimos sete dias, mas a multinacional decidiu reduzir unilateralmente o abastecimento em toda a União Europeia para readequar sua fábrica na Bélgica.
Durante a entrevista, De Micheli explicou que uma análise está em andamento para verificar se o problema dos atrasos "está relacionado à produção ou ao fato de essas doses terem sido vendidas para outros países".
A ministra ressaltou que o governo, os italianos e os europeus não podem "se dar ao luxo" de aceitar que os contratos não sejam respeitados. "Há tanto em jogo para a vida dos italianos que não vamos parar por nada", disse De Micheli.
Até o momento, a Itália já vacinou 1.382.893 pessoas contra o novo coronavírus Sars-CoV-2, de acordo com o levantamento feito pelo governo. No entanto, o país teve que reduzir a aplicação das doses tendo em vista problemas de abastecimento por parte das empresas farmacêuticas.