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Itália critica proposta da UE para teto no preço do gás

Medida também é considerada pouco ambiciosa por outros países

23 nov 2022 - 12h43
(atualizado às 13h01)
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O governo da Itália criticou nesta quarta-feira (23) a proposta do poder Executivo da União Europeia de instituir um teto de 275 euros por megawatt-hora (MWh) no preço do gás natural no bloco.

Gasoduto na fronteira entre Eslováquia e República Tcheca
Gasoduto na fronteira entre Eslováquia e República Tcheca
Foto: EPA / Ansa - Brasil

"Achamos insuficiente", disse o ministro italiano do Meio Ambiente, Gilberto Pichetto, em entrevista à emissora SkyTG24, acrescentando que ainda vai analisar como agir diante da proposta da Comissão Europeia. "Mas, assim como está, não nos satisfaz", afirmou.

O plano de Bruxelas prevê que o teto seja ativado quando o preço do gás na bolsa de Amsterdã superar os 275 euros/MWh por duas semanas consecutivas e quando a diferença em relação a uma série de referências globais do gás natural liquefeito ultrapassar os 58 euros durante 10 dias.

Além disso, a Comissão Europeia ainda precisará pedir pareceres do Banco Central Europeu (BCE), da Autoridade Europeia de Mercados de Valores Mobiliários (Esma) e do Comitê Europeu de Riscos Sistêmicos sobre o impacto nos estoques e na estabilidade financeira.

Caso houver um risco de desabastecimento de gás, o teto seria suspenso imediatamente. Segundo Pichetto, no entanto, o pacote não traz ações significativas para "frear a especulação" nos mercados de energia. O valor do teto proposto por Bruxelas é mais que o dobro da cotação atual, que está pouco abaixo dos 130 euros/MWh em Amsterdã.

"Na última proposta, o teto está em um nível muito alto, e isso me preocupa", disse o premiê da Polônia, Mateusz Morawiecki. Já a ministra da Transição Ecológica da Espanha, Teresa Ribera, afirmou que o plano é uma "brincadeira" que provoca um "aumento artificial dos preços".

"A comissão vai ouvir coisas muito duras da grande maioria dos ministros", garantiu. A proposta da UE busca combater os efeitos da invasão da Rússia à Ucrânia e evitar uma nova disparada dos preços do gás durante o inverno europeu, que vai de dezembro a março.

Ansa - Brasil
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